quinta-feira, 29 de outubro de 2015

0 Reflexão Bíblica – 31 de Outubro dia Reforma Protestante “Será que precisamos de outra Reforma na Igreja Atual”?





Estamos nos aproximando de um dia importantíssimo na vida da Igreja de Cristo no Brasil e no mundo, a comemoração dos 498 anos da Reforma Protestante, orquestrada pelo Padre Agostiniano Martinho Lutero.

Graças a Deus que ao ler na Bíblia que o “Justo viverá da Fé”; Lutero simplesmente rompeu com os compromissos e dogmas romanos os quais havia aceitado e ensinado durante vários anos como se fossem verdades absolutas. Acesse o link a seguir e conheça a fundo a história da reforma (http://www.mackenzie.br/6962.html) .

Porém quase 500 anos se passaram desde o dia em que esse corajoso profeta afixou na porta da Igreja de Wittenberg suas 95 teses, estas que incitaram e deram origem ao movimento reformador. Claro que Lutero não tinha o intuito de fundar uma nova seita religiosa como alguns alardeiam tão veementemente; pois que a história nos diz que o único desejo de Lutero era reconduzir a Igreja Católica às Escrituras e a Santidade, mas como foi mal interpretado e perseguido, originou-se dali naturalmente a REFORMA PROTESTANTE.

Hoje em dia a grande pergunta que não quer calar é: Será que após cinco séculos de mudanças no curso doutrinário da Igreja precisamos de uma nova reforma? Será que estamos indo pelos mesmos caminhos do Catolicismo de 1517 a ponto de Deus precisar levantar outro Lutero, Calvino e Zwinglio para nos reconduzir de volta ao altar? Bem, vou citar apenas alguns fatos atuais e os senhores julguem.

Nos dias de Lutero pregava-se que o homem não era salvo pela fé em Cristo, mas mediante as obras – É só observar as pregações atuais e veremos que o sacrifício do Calvário a cada dia torna-se esquecido como algo irrelevante, onde o ser humano tem que se esforçar para obter a sua própria salvação, como se Jesus não tivesse morrido por ele.

Nos dias de Lutero a adoração às imagens de escultura era imposta pela Igreja Católica a seus fiéis – Quantos ídolos não temos hoje em dia no meio evangélico? Cantores, Pregadores, jogadores de futebol. Isso sem falar daqueles que idolatram formações teológicas, carros, casas, etc.?

Nos dias de Lutero o Padre João Tetzel pregava as indulgências como forma de alcançar o perdão e as bênçãos de Deus – Quando vemos pregadores incentivar as massas a doar suas casas, carros, joias, alianças de casamento, etc. dizendo que só dessa maneira elas podem alcançar as bênçãos e o perdão de Deus estamos fazendo o quê?
Isso para não falar das pregações humanistas, egocêntricas e do liberalismo teológico que tem sido implantado a força em nossos altares, por pregadores e teólogos compromissados com a degradação da Igreja de Cristo.

Esses são apenas alguns fatos que me levam a repetir a pergunta: SERÁ QUE PRECISAMOS DE UMA NOVA REFORMA?

João Augusto de Oliveira


0 Lição 5 - Caim era do maligno



PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2015
ADULTOS - O COMEÇO DE TODAS AS COISAS - Estudos sobre o livro de Gênesis
COMENTARISTA: CLAUDIONOR CORREA DE ANDRADE
COMPLEMENTOS, ILUSTRAÇÕES, QUESTIONÁRIO E VÍDEOS: EV. LUIZ HENRIQUE DE ALMEIDA SILVA
ASSEMBLEIA DE DEUS - IMPERATRIZ/MA - CONGREGAÇÃO MONTE HERMOM


Lição 5 - Caim Era do Maligno


NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm


TEXTO ÁUREO
"[...] Que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão [...]." (1 Jo 3.11,12)


VERDADE PRÁTICA
Quem ama de verdade não se deixa dominar nem pela inveja nem pelo ódio.


LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 4.1 - Caim, o primogênito de Adão, era mau
Terça - Gn 4.2 - Caim, foi um importante lavrador da terra 
Quarta - Gn 4.5 - Caim e sua oferta foram rejeitados por DEUS
Quinta - Gn 4.6 - Caim tinha o seu coração tomado pelo rancor
Sexta - Gn 4.8 - O ódio e o rancor fizeram de Caim um homicida
Sábado - 1 Jo 3.12 - Caim foi dominado pelo pecado, pois seu coração era mau


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 4.1-10
1 - E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. 2 - E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. 3 - E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 4 - E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. 5 - Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante. 6 - E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 7 - Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás. 8 - E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou. 9 - E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? 10 - E disse DEUS: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.


OBJETIVO GERAL
Conscientizar dos perigos de se deixar dominar pela inveja e pelo ódio.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Explicar porque Caim era do maligno;
Compreender porque DEUS rejeitou o sacrifício de Caim;
Explicar que ódio e a inveja de Caim o levaram a matar seu irmão.


PONTO CENTRAL - O coração de Caim era mau, por isso, DEUS rejeitou a sua oferta.


Resumo da Lição 5 - Caim Era do Maligno
I - CAIM, SEGUIDOR DE SATANÁS
1. A semente da mulher. 
2. O agricultor. 
3. A apostasia de Caim.
II - O CULTO DE CAIM
1. O sacrifício rejeitado.
2. A atitude interior reprovada.
3. O pecado sempre presente.
III -CAIM NÃO GUARDOU O SEU IRMÃO
1. O crime.
2. O álibi.
3. A marca do crime.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"'E irou-se Caim fortemente' (4.5). A ira de Caim mostra quão decidido ele estava em agir por conta própria, sem se submeter a DEUS. A ira é uma emoção destruidora. Nunca poderemos nos desculpar por ter ofendido alguém dizendo: 'Tenho um temperamento agressivo'. Precisamos considerar a ira como pecado e conscientemente nos submeter à vontade de DEUS" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p 28).


PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que levou Caim a odiar Abel?
O fato da oferta de Abel ser aceita e a dele não.
Como era o culto de Caim?
O culto de Caim era para satisfazer o seu ego.
Por que o ofertório de Caim foi reprovado?
Porque seu coração era mau, cheio de inveja e ódio. 
Que desculpa deu Caim ao Senhor?
Ele afirmou estar em outro lugar quando da morte de Abel.
Quais as características da geração de Caim?
Uma geração perversa e contumaz.


CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 39.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos


SUGESTÃO DE LEITURA
Hermenêutica Fácil e Descomplicada, Quem é Você para Julgar e Visão Panorâmica do Antigo Testamento


Comentários extras de vários autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
Caim ofertou e fez culto como todo mundo faz. Muito louvor, pregação, avisos, etc... Abel fez culto de adoração, ofereceu sua própria vida (animal em seu lugar)
Como o sangue desse animal prefigurava o sangue de JESUS na cruz e o sacrifício desse animal prefigurava o sacrifício de JESUS na cruz:
Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala. Hebreus 11:4
Primeiro. todos estavam expulsos do Éden, portanto no Éden ninguém mais entrou.
Segundo. os filhos de Adão aprenderam com seu pai a adorar a DEUS.
Terceiro. Um filho era adorador e puxou para o lado bom.
Quarto. O outro filho era do maligno. Prestou culto, nas não adorou. [Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão [...]." (1 Jo 3.11,12)]
Quem estava em Caim sabia o que era matar e instigou Caim a matar seu irmão. Ele veio para matar, roubar e destruir. Roubou a paz dos irmãos, destruiu a família de Adão, matou a semente boa de Adão, seu filho Abel.
João diz que Caim invejava Abel, pois suas obras eram más, enquanto os do seu irmão eram mais justas (1Jo 3.12), e nós Lemos em Hebreus que "pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim" (Hb 11.4).


O SINAL DE CAIM - Será??? - Entre neste endereço para ver gigantes na terra http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/sinal_de.htm
por Mário Renato Castanheira Fanton.


Em Gênesis, capítulo 4 há a descrição do pecado de Caim, ou seja, aquele em que ele matou Abel, devido a aceitação de Deus à oferta de seu irmão e rejeição da sua. Em virtude desse pecado houve uma conseqüência, qual foi: …"Agora maldito és desde a terra , que abriu sua boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará mais a sua força: fugitivo e errante serás pela terra. …O Senhor, porém lhe disse: Portanto qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse"….(Gênesis 4:11,12e15) Agora, passaremos a analisar qual seria esse sinal: Quando a Bíblia, antes de começar a falar de Noé no capítulo 6 de Gênesis, relata um fato interessante e misterioso, que, …"os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não permanecerá o meu Espírito para sempre com o homem, pois este é mortal; os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Estes foram valentes, os homens de renome que houvera na antiguidade"…. Duas teorias tem surgido para explicar o fato supra mencionado, porém somente a segunda parece-nos coerente, o que pretenderemos mostrar a seguir: A primeira diz, serem filhos de Deus, anjos, é isso mesmo, seres celestiais, baseados no texto de Jó 1:6. Os que assim o fazem, pensam que, porque o texto se refere a filhos de Deus apresentando-se perante o Senhor e logo em seguida aparece também Satanás(anjo caído). Os filhos aqui nesse caso, tem que ser igual a Satanás em espécie, o que não é verdade. Porque esses não poderiam ser aqueles que já morreram e que terão que comparecer perante o tribunal de Cristo? A Bíblia é omissa e não apresenta nenhuma margem para tal interpretação, o que torna perigoso uma análise do tipo. Esses que assim pensam, fundamentam-se também no texto de Judas 1:6 combinado com Apocalipse 9:14. (JD 1:6) "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;" (AP 9:14) "A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates." Esses anjos, referidos nos textos mencionados, não precisam ser os mesmos de Gênesis 6, mas sim aqueles que se rebelaram juntamente com Lúcifer. Nessa rebelião, somou-se 1/3 dos anjos do céu. Todos nós sabemos que anjo é o gênero da qual existem muitas espécies(querubim, Serafim, arcanjo, etc…). Esses, referidos em Ap. 9:14, com certeza possuem diferente espécie da grande maioria, possuem graus diferentes de poder. Por isso, pelo fato de possuírem grandes poderes é que estão presos em cadeias, para que Deus os libertando façam todo o mau previsto em Apocalipse. Mas o que derruba por terra esta teoria é o que Jesus disse a respeito de anjos nos textos de Mt 22:30; Mc12:25 e Lc 20:35. Disse que no céu, todos nós seremos iguais aos anjos, não nos casaremos, nem seremos dados em casamento, ou seja, não haverá a hipótese, dentre outras, de podermos relacionarmos sexualmente. Quanto a segunda teoria, bem mais coerente do ponto de vista Bíblico e também será um ponto de apoio de nosso estudo, fundamenta-se nos seguintes argumentos: Gênesis 4:25 descreve que Adão teve um outro filho com Eva, Sete. Este veio substituir Abel, seu irmão que houvera morrido. No versículo 26 do capítulo 4, continua a dizer que Sete teve um filho, a qual pôs o nome de Enos, e foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor. Em Atos 2:21 diz que todo aquele que invocar o Senhor será salvo. Portanto, sabemos que quem é salvo, conseqüentemente, se torna filho de Deus. Já que é assim , esses seres mencionados em Gênesis, por analogia ao versículo de Atos, são considerados filhos de Deus. Após o pecado de Caim e sua punição por parte de Deus, ele se retirou da presença do Senhor e foi habitar numa terra ao Oriente do Éden, cujo o nome era Node. Lá ele teve filhos, e a partir do versículo 18 até o 24, do capítulo 4 de Gênesis, fala da descendência de Caim. Em seguida, no capítulo 5 descreve a descendência de Sete, filho de Adão, sendo que no final dessa última descrição há uma observação importante de que esse é o tempo em que os homens começaram a buscar a Deus. O capítulo 6 inicia falando sobre o relacionamento entre os filhos dos homens e os filhos de Deus. O interessante é que Deus no versículo 16, capítulo 34 do livro de Êxodo diz para Moisés alertar o povo de Israel que quando eles viessem a possuir a terra prometida, seus filhos não tomassem por mulheres das suas filhas, para não se prostituírem após outros deuses. O que mais chama a atenção é que Deus usa o mesmo termo de Gênesis 6, seus filhos(filhos de Deus pois era povo de Deus)e suas filhas(filhas dos homens, pois eram do mundo e adoravam outros deuses). O que vem a reforçar a idéia acima é o fato de que, após o relato inicial em Gênesis 6, o texto mostra a ira de Deus contra a corrupção humana nos versículos 6 e 7 resultando na destruição da raça humana com o dilúvio e a salvação apenas da família de Noé, porque este era justo e temente a Deus, não tendo se corrompido como os demais(Hb 11:7). Mas, como Deus destruiu a todos, exceto Noé, o que aconteceu com aquele povo de Gênesis 4:26 que começara a invocar o nome do Senhor? Com certeza se corrompeu, pois se não o tivesse, Deus os teria preservado como fez com Noé. Como se corromperam? Conforme descreve Gênesis 6:2, ou seja, tendo visto os filhos de Deus(aqueles que invocavam o nome do Senhor) que as filhas dos homens(descendência de Caim. Pecadores que se retiraram da presença do Senhor) eram formosas e tomaram mulheres para si de todas as que escolheram. Fatos semelhantes a esse aconteceu também com: Sansão que, pelo fato de ter buscado uma mulher dentre os filisteus, Dalila, se corrompeu (Juízes 14:1 a 3. Note que nesse caso, que o vers. 1 emprega o termo: "filhas dos Filisteus". Poderia ter-se dito "gentios", mas não foi); Salomão(1 Reis 11:3). O que aconteceu com Salomão e Sansão também aconteceu com esses filhos de Deus, expressão essa, usada apenas para diferenciar o povo de Deus dos gentios, e não anjos como muitos, erroneamente, pensam. O que acontece no versículo 1 de Gênesis é uma justificativa do castigo previsto no versículo 3, como também, acontece nos 5 e 6. Se fossem anjos, a punição deveria vir apenas para eles e não para os homens, posto que são de maior força, podendo dominar facilmente os humanos e fazerem o que quiser, como o diabo, também, muitas vezes faz com as pessoas. Portanto, volto a afirmar que filhos dos homens são aqueles descendentes de Sete que começaram a invocar o nome do Senhor, e filhos dos homens são os descendentes de Caim que se afastaram de Deus e começaram a pecar. Agora, passaremos a analisar o mérito do assunto. Vocês devem estar pensando, porque falar sobre Gênesis 6, sendo que o sinal está no capítulo 4. Acontece que ambos estão intimamente ligados e antes de irmos ao mérito devemos esclarecer algumas coisas preliminarmente. O versículo 4 do capítulo 6 fala que: "Havia naqueles dias gigantes na terra, e também depois, de quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens"….Por que será que há essa observação, quanto a gigantes, nessa passagem? Porque isso tem tudo a ver com o contexto, é óbvio. Repare bem, como fala o texto: "que havia naqueles dias gigantes, e também depois…".Se já havia gigantes antes da relação entre os filhos dos homens e os de Deus, da onde teriam vindo esses, sendo que Deus deveria também os ter criado, posto que Ele tudo criou? Qual seria a razão dessa criação diferente do ser humano normal?. Deus não criou os gigantes a tôa, tem um objetivo, o de diferenciar uma espécie de humanos de outros. O texto acima mostra que eles já existiam na terra antes daqueles fatos descritos. Se eles já existiam foram criados, para diferenciar Caim e seus descendentes do resto da população. O sinal colocado em Caim deveria ser um que, quem o visse ficasse com medo. Todos, ao vê-lo teriam que ter medo dele, para assim, não tentar matá-lo. Deus não iria sair avisando a todos que o homem de tais características não deveria ser morto. Deus pôs algo em Caim que já amedrontaria a todos pela aparência, afinal o objetivo desse sinal era: (GN 4:14) "Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará."(GN 4:15) "O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.". Tanto é verdade que quando Moisés enviou espias para Canaã, eles voltaram dizendo estar cheia de pessoas de grande estatura(Nm13:33), e no versículo 31 e 32 de Números, capítulo 13, também fala que Israel não podia atacar aquele povo, pois era mais forte, como também eram de grande estatura e a terra devorava seus moradores. Fato semelhante que ilustra essa idéia é, aquele em que Golias se apresenta para guerrear contra Israel e todos ao verem o gigante, espantaram-se e temeram muito(1Sm 17:11). É evidente, portanto, que a característica de gigante era colocar medo em quem os encontrasse. Mas, todos devem estar pensando como se explica o fato de haverem gigantes na terra após a destruição dessa pelo dilúvio e preservação apenas da família de Noé. A explicação é simples. Do casamento dos filhos de Deus(descendentes de Sete) e os filhos dos homens(descendentes de Caim), saíram os homens valentes da antiguidade. Por que a Bíblia não fala exatamente que resultou dessa união, os gigantes? Porque há que se lembrar da lei da genética. Entendemos que a Bíblia diz apenas que, Deus transformou Caim em gigante e só. Seus filhos, poderiam ser ou não gigante, já que sua esposa era normal. Um exemplo é o de um casal que tem filhos, cujo marido é alto e a esposa baixa, há a probabilidade de a criança ser alta como o pai, ou baixa como a mãe. Assim também aconteceu com os descendentes de Caim, nem todos seus filhos e filhas eram gigantes, mas apenas alguns. Os descendentes(homens ou mulheres) que não eram gigantes, mesmo assim possuíam em seu código genético "gens" de gigantes, podendo gerar filhos que fossem, conforme a genética atual explica possibilidades semelhantes, é obvio que se referindo a outras características. É claro que Deus ao fazer isso com Caim, não transformou apenas sua.


CAIM
Caim é o primeiro filho de Adão e Eva. Seu nome é derivado, de acordo com Gn 4.1, da raiz kanah, possuir, e foi dado a ele por conseqüência das palavras de sua mãe em seu nascimento: "Adquiri um varão com o auxílio do SENHOR". Nenhuma conclusão séria pode ser extraída desta derivação. O livro de Gênesis, interessado no relato da origem das diferentes ocupações do homem, diz que Caim se tornou um homem da terra, enquanto seu irmão pastor de ovelhas. Ambos ofereceram ao Senhor um sacrifício de acordo com a analogia que seria mais tarde prescrita na Lei, sobre o poder de remissão do Criador. Caim ofereceu seus frutos da terra; e Abel as "primícias do seu rebanho e da gordura deste". De acordo com alguns significados não indicados no texto sagrado, talvez, tenha sido algum tipo de alusão ao fogo que consumiu a oferta de Gideão (Jz 6.21) ou de Elias (1Rs 18.38), Deus manifestou aos irmãos que Abel e seu sacrifício fora aceito por Ele; que, ao contrário, Ele rejeitou a oferta de Caim. Nós não falamos a respeito das razões dessa preferência. Enquanto as conjecturas do sujeito a que é mais aceita entre os comentaristas é a que foi incorporada à Septuaginta na versão do que Deus disse a Caim no verso 7: "Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta". Isto implica que Caim cometeu a falta de apresentar a Deus ofertas imperfeitas, reservando para si mesmo a melhor parte do que produziu a terra. No entanto, Santo Agostinho, que estava sob a influência da Septuaginta, entendeu a passagem de outra maneira. Caim, nos diz ele, deu a Deus boa parte dos seus bens, mas não deu a Ele seu coração (De Civitate Dei, XV, vii). Isto está de acordo com a causa maior que geralmente desperta a preferência de Deus. A seqüência da história nos mostra a disposição do coração de Caim para o mal. João diz que Caim invejava Abel, pois suas obras eram más, enquanto os do seu irmão eram mais justas (1Jo 3.12), e nós Lemos em Hebreus que "pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim" (Hb 11.4).
Caim irou-se com a rejeição divina. Nos versos 6 e 7 do capítulo 4 de Gênesis lemos a advertência e o aviso de Deus: "Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo". O pecado é aqui representado sob a figura de uma besta selvagem rondando a porta do coração, pronta para atacar sua vítima. Caim era capaz de resistir à tentação, mas não foi, e a história bíblica continua no relato do terrível crime que nasceu do ódio e da inveja. Ele assassinou Abel. Questionado pelo Senhor onde estaria o seu irmão ele respondeu que definitivamente não sabia. Para vingar o sangue de Abel, Deus pronunciou a sentença do primeiro homicídio. O texto no hebraico pode ser traduzido como: "E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber o sangue do teu irmão" etc., ou "maldito serás sobre a terra" etc. Esta tradução refere-se à sentença que seria dita nas palavras seguintes: "quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força", ou seja, sua produção. Por último nos é relatado que este foi banido; este afastamento seria da terra onde seus pais moravam ou estivessem, como vimos em algumas passagens apresentadas. No momento da sentença, Deus continuou a manifestar sua presença de uma maneira especial, é falado que "saiu Caim da face do Senhor". (verso 16). A terra de exílio de Caim, para onde este seria orientado e guiado, numa vida vagante, é chamada no hebraico, a terra de Nod, e é dito que se situava ao leste do Éden. Como não sabemos onde o Éden se situava, a localização de Nod também não pode ser determinada. A punição parecia a Caim maior do que ele poderia suportar; nas suas respostas, as palavras expressavam medo de vir a ser morto; Deus deu-lhe a promessa de proteção especial à sua vida e colocou nele um sinal. Não há indicação para nós qual a natureza deste sinal. O único evento subsequente da vida de Caim, dito pela Bíblia, é a fundação de uma cidade chamada Enoque, após ter um filho com este nome. Um bom número de autores acham que esta tradição, que faz de Caim o primeiro construtor de cidades, não é compatível com a história relatada; eles dizem que isto é melhor entendido como um relato popular da origem das tribos nômades do deserto. Se nos colocarmos no contexto do autor de Gênesis, elementos que este entendia de um modo geral, não há razão para supor que ele estava errado em escrever palavras da maneira que ele entendia como "construção" de uma cidade por Caim. Comentaristas mais conservadores estão provavelmente mais corretos ao julgarem que a "cidade" de Caim não foi notável em importância.
Extraído de The Catholic Encyclopedia, Volume III (tradução livre)


Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP - CAIM E ABEL (Gênesis 4)
No capítulo 4 temos, no princípio, o primeiro nascimento ocorrido na terra e o primeiro ato de cultor espiritual. Em Caim e Abel, temos dois tipos diferentes de adoradores; um, que julga poder adorar a Deus segundo seu próprio modo; e outro, conformando-se com o método divino. Abel aproximou-se de Deus por meio do sacrifício de sangue, e foi aceito; Caim, aproximou-se por meio estranho, e foi rejeitado. O culto, pois, dependia do estado do coração para com Deus. Podemos notar, de passagem, que Adão e Eva não tiveram filhos antes da queda, bem como os filhos de Noé, que, sendo casados, só tiveram filhos depois do dilúvio (10:1). O primeiro filho foi motivo de admiração e regozijo da parte do casal. Caim, que significa "Aquisição", foi uma prova de estabelecimento e validez de concerto entre Deus, Adão e Eva. É possível que eles julgassem ter perdido o privilégio recebido, de povoar a terra, em vista do pecado cometido. As próprias palavras de Eva - "Adquiri um homem com o auxílio de Jeová" - mostram que a promessa da semente estava realizada e que por meio desta semente havia de ser esmagada a cabeça da serpente.
É possível que eles julgassem ser este rapaz quem esmagaria a cabeça da serpente e restauraria o primitivo estado de pureza. É difícil afirmar ou negar. Depois nasceu Abel, que significa "Vaidade". O período entre o nascimento de Caim e Abel parece ter sido infeliz e cheio de desapontamentos, de modo que Eva começou a encarar a vida, ainda nos pontos mais brilhantes, como simples vaidade. Realmente, o futuro a convenceria ainda mais da crueza da vida, com a morte do próprio Abel. Estes dois filhos seguiram profissões diferentes e tinham temperamentos diferentes. A humanidade dividiu-se por diferentes caminhos. Caim era agricultor, e Abel, pastor de ovelhas. Ambas as profissões eram lícitas, mas a de Abel era mais de acordo com a natureza sacrificial. Ao cabo de dias, Caim trouxe, dos frutos da terra, uma oferta a Jeová; e Abel, dos seus primogênitos, ofereceu um sacrifício. A expressão "ao cabo de dias" sugere o dia do culto, o sábado. O lugar do culto e da manifestação de Deus parece ter sido ao Oriente do Jardim, conforme a expressão de Caim: "Eis que hoje me lanças fora da tua presença". Havia um lugar particular para Deus ali ser adorado. É interessante perguntar quem instruiu os dois filhos de Adão a oferecerem sacrifícios. Sem que possamos responder afirmativamente, o sacrifício data da ocasião da transgressão, quando Deus usou animais, para deles tirar as peles, a fim de cobrir Adão e Eva. É natural que daí em diante os dois primeiros habitantes da terra sentissem a contínua necessidade de comunhão com Deus, por meio do sacrifício, e que toda a família participasse deste culto. O espírito de sacrifício como meio demonstrativo de gratidão e acesso à divindade ofendida encontra-se em todas as religiões do mundo; e no V. T., muito antes de a Lei ser dada, encontramos diversos homens, em ocasiões diversas, oferecendo sacrifícios. O sacrifício é parte da natureza religiosa do homem, pois que ele é incuravelmente religioso, como diz Bastian.
Os Dois Sacrifícios - (Gên. 4:3-7)
Os dois sacrifícios eram de natureza diferente. Um era sacrifício de sangue e era feito com os primogênitos do rebanho, conforme a lei levítica, já em prática no tempo de Adão. A carne, com a gordura, era oferecida sobre o altar, na dispensação Mosaica, e, a julgar pelo ritual a que Abel se submeteu, parece que já existia o altar naquele tempo. O culto estava bem elaborado. Na falta de sacerdote, o próprio pecador oferecia sua própria oferta. Os dois sacrifícios não somente são diversos em si mesmos e com valor profundamente diferente, mas os próprios ofertantes são dois tipos diferentes. Crê-se que Caim não podia oferecer sua oferta de manjares, sem primeiro oferecer sacrifício de sangue, para expiar seu pecado, a fim de, depois, oferecer das primícias da sua terra. Se isto foi a causa de Deus não haver atentado para a sua oferta, é difícil dizer. Só há uma alternativa: ou a oferta não estava de acordo com o estado espiritual do ofertante, ou a oferta não foi acompanhada do espírito de adoração, e, neste caso, era uma simples formalidade. Parece que a última conjectura é a mais razoável. De qualquer forma, Deus aceitou uma e rejeitou a outra. Os rabis têm uma tradição de que Deus mostrou sua aprovação pela oferta de Abel fazendo vir fogo do céu e consumindo o holocausto, como no caso de Elias com os profetas de Baal. Este era, sem dúvida, um modo por que Deus aceitava o sacrifício de sangue, muitas vezes, mas nunca aceitava desta forma a oferta de manjares. Se a tradição fosse verídica, explicaria por que Caim se irou, vendo que o fogo não consumia sua oferta, como tinha consumido a de Abel. Entretanto, é apenas uma tradição, que pode ser ou não verídica. O autor da carta aos Hebreus diz que, pela fé, Abel ofereceu melhor sacrifício do que Caim (Hb. 11:4). A rejeição da oferta parece ter sido devida ao coração de Caim. Ele não estava adorando o Criador, mas simplesmente conformando-se com o rito da família.
A ira e o ciúme abrasaram Caim, e o seu semblante caiu. Deus pergunta-lhe por que ficou tão irado, e diz: "Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti?" (Não terás levantado teu semblante?) A ira de Caim não era justificável; ele não tinha sido desprezado; se procedesse bem, continuaria a gozar dos favores divinos, mas, se procedesse mal, o pecado estava à porta, como um leão pronto a lançar-se sobre a presa. A última parte do verso 7 é realmente difícil de entender: " ... para ti será seu desejo, mas tu dominarás sobre ele." Há três maneiras de interpretar esta última parte do verso.
A primeira interpretação trata do significado da palavra "pecado" (se realmente significa pecado no sentido ordinário da palavra, ou oferta pelo pecado) e afirma que a palavra aqui realmente significa pecado. (Em hebraico as palavras pecado e oferta expiatória são iguais.) A segunda interpretação é que esta palavra significa "oferta pelo pecado". Ambos os significados são amplamente justificados na Bíblia. Se, portanto, traduzirmos a palavra por "oferta pelo pecado" ou "oferta expiatória", daremos à tradução do verso o seguinte: "Se não procederes bem, a oferta pelo pecado à porta." Isto é, à porta do curral, tens animais que podem ser oferecidos, como sacrifício pelo mal que fizeres; não fiques, pois, iracundo, há um meio aceitável para ti. Em resumo, a primeira interpretação diz que, no caso de a palavra significar "pecado" literalmente, então, este pecado está à porta, como uma fera pronta a saltar sobre Caim: " ... para ti será seu desejo, mas tu dominarás sobre ele". Este pecado será constante perseguidor de Caim, mas este conseguirá vencê-lo. A segunda interpretação diz que a "oferta pelo pecado" está à porta e pode ser usada sempre que precisar. Na terceira interpretação, alguns comentadores separam a última parte do verso 7 da primeira parte, e fazem que ela se refira à primogenitura de Caim. Caim julgou ter sido repudiado por Deus, havendo sua oferta sido rejeitada, e a conseqüência lógica seria ter sido despojado dos direitos da primogenitura. A idéia de que Abel agora passava a ser seu senhor, fez-lhe cair o semblante como reflexo do estado moral em que tinha caído, pela rejeição da oferta. Deus, que tanto via o semblante como o coração, divisou o móvel de toda a transformação e, para consolar o irado Caim, diz-lhe (parafraseando o texto): "Se fizeres bem, continuará a haver aceitação para ti; se fizeres mal, o pecado jaz à porta (segundo a primeira interpretação) e tu sofrerás as conseqüências de teu mau procedimento, ou (conforme a segunda interpretação), a oferta pelo pecado está à porta e teu mal pode ser expiado; não obstante tua falta agora, e tua falta possível no futuro, tu continuarás a dominar sobre teu irmão." "para ti será todo o seu desejo." (de teu irmão). O verso é difícil, mas a idéia é clara. Deus quer desviar a ira de Caim e evitar o terrível pecado que já estava começando a dominar o seu coração. Se Caim tivesse ouvido o conselho de Deus, qualquer que seja a verdadeira interpretação, continuaria na posse dos privilégios e bênçãos da primogenitura e a dominar sobre o irmão.
A última destas três interpretações parece ser a mais razoável e tem em seu favor a opinião dos melhores "scholars" e é a que o autor aceita, de preferência. A expressão ".. para ti será todo o seu desejo e tu dominarás sobre ele" só pode referir-se a Abel e Caim, porque o pronome em ambos os lugares é masculino e não pode referir-se a pecado. Era natural a ira de Caim. Sua oferta tinha sido rejeitada, e a primeira coisa que pensou foi que tinha perdido a primogenitura. Deus intervém e mostra-lhe que não, que ele continuaria a dominar sobre Abel e este a ser seu servo. Esta promessa, entretanto, condicionada à conduta de Caim, tendo ele se desviado pelo crime que praticou, o chefe da família, após Adão, não foi mais Caim, mas Sete que veio em lugar de Abel. Por sua atuação, o primogênito perdeu a primogenitura, que teria passado a Abel, mas como este foi morto, passou para o seu substituto, Sete. A história da raça é clara sob este ponto de vista, confirmando, destarte, esta última interpretação.
O Primeiro Homicídio
Após a cena entre Deus, Abel e Caim, dá-se o primeiro homicídio na terra. A morte era ainda desconhecida; e foi Abel, o justo, o primeiro a prová-la. Caim tinha ficado irado contra seu irmão, e, a despeito da promessa consoladora de que ele não seria repudiado, esperou a primeira oportunidade para se ver livre de seu irmão. Abel era-lhe um estorvo, e era preciso removê-lo. Ele era incrédulo, e não tinha podido dar crédito às palavras de Deus. Abel tinha fé, e por isso seu sacrifício foi aceitável a Deus. Este fato é o primeiro conflito entre fé e incredulidade. A raça dividiu-se neste ponto, e está dividida até hoje. As maiores guerras têm sido guerras religiosas. A religião é um patrimônio da humanidade, e a falta dela é a causa de tantos conflitos. Daí em diante, duas linhas genealógicas podem constatar-se: a dos filhos de Deus, os homens religiosos, os crentes, e a dos filhos dos homens.
Adão e Eva estão começando a colher os frutos da sua falta. O primogênito tornou-se criminoso e proscrito, e o filho que pensavam ser da promessa estava morto. Jeová aparece a Caim depois do crime, e pergunta-lhe por Abel. A resposta revela a perversidade de Caim: "Sou eu o guardador de meu irmão?" Outro pecado, o da mentira. Todo criminoso é mentiroso. Ele bem sabia onde estava Abel, mas achou que era melhor responder que fosse perguntar ao pai e à mãe. Ele nada tinha a ver com a conduta de quem tinha pai e mãe. Vai perguntar ao pai e à mãe, eles devem saber onde ele está. Difícil era para Caim esconder o seu crime. Deus pergunta-lhe: que fizeste? "A voz do sangue de teu irmão clama até mim desde a terra". Não houve testemunha ocular, mas o próprio sangue do justo clamava. Há uma grande doutrina aqui. Era pelo sangue inocente que o pecador, no V.T., se reconciliava com Deus, e foi pelo sangue da aspersão, que fala melhores coisas que o de Abel, que Jesus se tornou mediador de um novo concerto.
Jeová, supremo juiz, pronunciou a condenação de Caim e expeliu-o da sua face. É a primeira maldição descarregada sobre um homem. Quando Adão pecou, Deus amaldiçoou a terra, mas não a ele; agora, porém, o pecado agravou-se de modo tal, a ponto de destruir a própria obra divina. A raça caminha a largos passos para a ruína. Caim não pode negar seu crime, e sua própria consciência lhe diz que a punição é maior do que se pode suportar, mas não maior do que ele merece. Considera-se indigno da presença de Deus e, como vagabundo, sem a proteção de Deus e do homem, será morto pelo primeiro homem que o encontrar, e para fugir à perspectiva, delibera ir para uma terra afastada, para evitar ser morto mais depressa.
Deus, porém, dá-lhe a promessa de que não será morto e põe-lhe na testa um sinal. Duas coisas devemos notar aqui. A primeira é que a morte de Caim não expiaria seu próprio pecado. A Bíblia desconhece o costume pagão dos sacrifícios humanos. Além de outras razões, eles são incapazes de corresponder às exigências sacrificiais. A segunda é quanto ao sinal que Deus pôs em Caim. Este sinal devia estar em lugar bem conspícuo, de modo a poder ser visto ao longe. Alguém crê que foi um sinal preto e que daqui vem a raça escura, mas isto é mera suposição. A raça preta descende de Cão (Ham), filho de Noé, e não era possível que este sinal se reproduzisse noutra pessoa que nada tinha com o crime de Caim, e muito menos que Cão fosse escuro e os demais irmãos brancos.
A questão de cores deve relacionar-se com as condições topográficas, climatéricas e ecológicas. Está, pois, para ser respondida a pergunta sobre que sinal seria esse. O autor crê que foi um sinal bem visível e intransmissível.
A Mulher de Caim
Muitos crentes neófitos têm sido confundidos com a pergunta: Quem era a mulher de Caim? E não poucos críticos têm achado nesta simples narrativa suficiente material para crer que havia duas raças diferentes, uma, descendente de Adão e Eva, e outra, que tinha evoluído dos animais inferiores. Isto é ignorar propositada ou perversamente o estilo do autor e as condições da narrativa. Nada se diz de como nem de onde se originou esta mulher, mas é certo também que Moisés nada diz dos outros filhos de Adão e nem uma só palavra das filhas, não obstante dizer que teve filhos e filhas (Gênesis 5:4). A narrativa é circunscrita à linha genealógica e, portanto, deixa de parte tanto os personagens como os incidentes de valor secundário. Adão viveu 800 anos, depois que gerou o último filho mencionado, Sete, e, certamente, devia ter muitos outros filhos, nascidos antes e depois de Sete. A raça estava já espalhada no tempo em que Caim foi banido. Por outro lado, não é nada improvável que Caim tenha levado consigo sua mulher. Repugna-nos crer que levasse sua mulher, porque, neste caso, seria sua própria irmã, mas este era, indiscutivelmente, o caso. Ela podia ser sobrinha ou mesmo descendente em grau mais adiantado, mas, no caso de ser irmã, não seria ele o único a tomar por mulher sua irmã, visto que os primeiros casamentos só foram possíveis entre irmãos. Muitos anos depois desta história, Abraão casou com uma meio irmã.
Tal prática é hoje condenável e proibida pelo código e é mesmo desnecessária. Não é, pois, preciso recorrer à existência de outra raça, visto a legitimidade naquela ocasião dos casamentos consanguíneos e a numerosidade admissível da prole adâmica. Caim, em chegando à terra de Node, conheceu sua mulher, e ela lhe deu Enoque. O verbo "conhecer" aqui tem significado conjugal e nada prova em favor da teoria de que ela desconhecia a Caim. Com o medo de ser morto, edificou uma cidade murada e deu-lhe o nome de seu filho Enoque.
Lameque e Suas Duas Mulheres (4:19-24)
Lameque era descendente de Caim e, como este, foi introdutor de um pecado no mundo: o da poligamia. Não somente foi polígamo, mas também assassino. A terra estava sendo povoada e já havia mulheres bastante para um só homem ter duas. O temperamento deste homem é bem semelhante ao de Caim. Na narrativa de seu crime encontramos o primeiro espécime de poesia hebraica. O povo hebraico não adquiriu sua cultura poética nos últimos anos de sua história política, como muitos crêem, visto que em eras remotas como esta, em que foi escrito este livro, já se escrevia poesia. Os filhos destas mulheres foram os inventores de instrumentos de corda e de instrumentos de cortar, com o ferro, cobre, etc. Na infância da raça nota-se a sua capacidade para a música, a poesia e a indústria.
Algumas nações antigas e bastante civilizadas tinham o costume dos casamentos consanguíneos. Um caso bem notável e que, provavelmente, se relaciona com a própria história bíblica, é o de Tutmosis II do Egito, que casou com sua Irmã mais velha, por nome Hatscheput Qu Hatschepsut, a qual tinha já sido co-regente com o pai Tutmosis I e, por morte do marido, casou com Tutmosis III, possivelmente, meio irmão. Acredita-se que foi esta notável princesa que salvou Moisés das águas. Reinou em 1580 a.C. (História Universal, de Onken, Vol. II, pag. 183). Releva notar ainda que os egípcios tinham uma moral muito superior à dos outros povos antigos. Não é de admirar que Caim casasse com uma de suas Irmãs ou mesmo sobrinhas.
Lameque era descendente de Caim e. como este, foi introdutor de um pecado no mundo: o da poligamia. Não somente foi polígamo, mas também assassino. A terra estava sendo povoada e já havia mulheres bastante para um só homem ter duas. O temperamento deste homem é bem semelhante ao de Caim. Na narrativa de seu crime encontramos o primeiro espécime de poesia hebraica. O povo hebraico não adquiriu sua cultura poética nos últimos anos de sua história política, como muitos crêem, visto que em eras remotas como esta, em que foi escrito este livro, já se escrevia poesia. Os filhos destas mulheres foram os inventores de instrumentos de corda e de instrumentos de cortar, com o ferro, cobre, etc. Na infância da raça nota-se a sua capacidade para a música, a poesia e a indústria.
O Nascimento de Sete (4:25-26)
Adão e Eva tiveram mais um filho, que veio substituir Abel. Possivelmente, tiveram outros filhos e filhas depois de Abel, mas nenhum foi capaz de preencher o lugar do morto, talvez porque seguissem mais ou menos o caminho de Caim. A promessa de Deus feita no Jardim aviva-se novamente na mente do primeiro casal, que, sem dúvida, esperava a redenção prometida por meio deste filho. A Sete nasceu também um filho, que recebeu o nome de Enos. Este nome é bem significativo, quer dizer "fraco", "mortal". A decadência física e moral acentua-se cada vez mais, e a esperança de melhores dias afagada pelo círculo adâmico ia se evaporando cada vez mais, de modo que este neto de Adão recebeu um nome que bem revela o estado de alma da família religiosa.
Esta situação convenceu os homens piedosos de que Jeová era o único que podia ajudar; por isso, daí em diante começaram a invocar o nome de Jeová. A religião é a única coisa que pode confortar um espírito abatido.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP - CAIM E ABEL (Gênesis 4)


Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 4 - 25/01/1942 – CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA - Adalberto Arraes 
LIÇÃO 4 - CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA - GÊN. 4:1-15
Texto Áureo: — "O meu pecado é muito grande, para eu poder alcançar perdão— Gên. 4:13.
RESUMO DA LIÇÃO
I — O início de uma nova era — 4:1-2.
II — As relações do homem para com DEUS — 4:3-5.
III — Advertência zelosa — 4:6-7.
IV — O primeiro fratricídio — 4:8-15.
Com a expulsão do primeiro casal do jardim, se iniciava uma nova era. DEUS não os tinha abandonado, como até hoje nunca o fez, mas usava agora outros caminhos, impostos pelo seu próprio amor, a fim de poder assistir o homem, revelando-se a ele, pouco a pouco, até o dia em que viria o Seu Filho, que no-lo faria conhecido, cheio de graça e de verdade. A prole iniciada por Adão e Eva, no conhecimento vergonhoso da sua mudez, eles a poderiam ter conseguido na santidade e inocência em que foram criados, obedecendo o mandato divino (1:28). O que ora faziam com conhecimento das trevas, poderiam ter feito em luz, pois todas as coisas são puras para aqueles que não têm maldade. Ah! Como nós tornamos miseráveis por esse conhecimento ignominioso do pecado 1 Porém dizemos como Paulo: — Graças a DEUS que nos dá vitória por nosso Senhor JESUS CRISTO.
I - Iniciava-se assim a era em que os homens destituídos da lei ou mandamento obedeciam mais ou menos o seu instinto já envenenado, embora seguidos ainda pelo Criador.
II - A revelação do homem para com DEUS, antes da queda, era direta e franca.
Após o tombo, porém, outro caminho urgia ser aberto. O homem podia agora chegar-se a DEUS pela fé. A fé, que vem de DEUS, é viva e substituiu o acesso à árvore da vida, o qual fora vedado ao homem. Relação com DEUS, significa vida, e para que isso se desse, teve DEUS de dar alguma coisa em lugar da árvore vedada; deu então a Fé, já viva, fé naquele que viria (3:15). "Ao cabo de dias", provavelmente nos sábados — (J. F. and Brown) os dois irmãos vinham a DEUS com seus sacrifícios e ofertas, e aí já vemos a tendência maligna de se justificar por obras. Enquanto que Abel não se valia do sacrifício, mas sim da fé, Caim, esperava algum mérito pela oferta, pois não dedicava o seu coração a DEUS. (Heb. 11:4). Nem mesmo durante a ulterior vigência da lei, o sacrifício
tinha importância capital, mas o que valia era o sangue derramado com a reverência de quem, pela fé, dissesse contrito: "Senhor aceita este sangue em lugar do meu que devia ser derramado."
Quem se julgasse assim miserável é que poderia alcançar misericórdia. Do contrário, são cerimônias mortas e sem aceitação na presença do Senhor (Isa. 1:13).
III - Não sabemos quais as instruções que aqueles dois irmãos receberam de se apresentarem a DEUS, mas parece (v. 5) que alguma desobediência houve.
É possível que Caim tenha desagradado, pelo fato de se apresentar com a oferta antes do sacrifício. — "O Altíssimo não aceitou o sacrifício de Caim; ninguém se pode aproximar do Altíssimo e adorá-lo, sem derramamento de sangue, mesmo sangue de Cordeiro, o qual Ele mesmo instituiu: A oferta pelo pecado tem de vir antes da oferta de agradecimento. Podem o* entrar no SANTO dos Santos e nos apresentarmos ante o Trono da Graça somente passando através do véu rasgado — o corpo de CRISTO (Earth's Earliest Ages) - Contudo, DEUS não abandona o pecador, mas o busca, zeloso. O Senhor revelou a Caim que, praticando o bem, 41e venceria o pecado que se achava próximo. Ora, como sabemos que ninguém tem em si mesmo força sobre o pecado, obviamente compreendemos que a vitória viria se ele praticasse a obra da fé. Assim, pela fé, o pecado pode ser vencido. Se o sacrifício e a oferta forem postos nos seus lugares, DEUS será satisfeito, a fé será guardada, o homem obrará o bem, será justificado por DEUS (pela fé obediente) e vencerá o pecado que jaz à porta. (v. 7). DEUS adverte sempre o homem que já uma vez O conheceu e que, aos poucos, se afasta d'Ele, pois nenhum prazer tem o Senhor na morte do ímpio.
Caim não ouviu a voz do Senhor, não voltou atrás no seu caminho e inaugurou a senda do crime. Surgiu então a bifurcação da eternidade ante os dois primeiros irmãos na terra. Os homens inauguraram ali duas estradas divergentes, para nunca mais se encontrarem. (Dan. 14:2). Infelizmente aquele sangue não ficou isolado na terra, mas muito sangue semelhante se tem derramado até hoje, e ainda será derramado até o triunfo final do nosso DEUS.
Caim ficou no estado em que estão muitos, hoje. Não tinha coragem nem sentia ânimo para clamar por perdão, mas num espírito pessimista e com os olhos fechados para a misericórdia de DEUS só exclamou: "Maior é a minha pena do que eu possa suportar." (v. 13).

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Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
LIÇÃO 5 - DUAS LINHAGENS.HISTÓRICAS DE ADÃO
TEXTO ÁUREO - "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios" (Ef-5,15).
VERDADE PRÁTICA - Num mundo corrompido de maldade e violência, a linha­gem do pecado está fadada ao juízo final; mas a do bem está destinada a felicidade eterna.
LEITURA EM CLASSE - Gn 4.1, 2, 8, 11, 14
E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.
E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou.
E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão.
RESUMO
INTRODUÇÃO
O PECADO E A MALDIÇÃO DE CAIM
1. O primeiro crime no mundo - 2. Urna oferta rejeitada - 3. Urna maldição inevitável - 4. Caim se casa e constrói urna cidade
CONCLUSÃO
OBJETIVOS
No término desta lição, os alunos deverão ser capazes de: 
. Entender que Deus não faz distinção de pessoas e nem do que elas lhe apresentam. A oferta de Caim só foi rejeitada, porque ele não era sincero, diante do seu Criador. 
. Compreender que a oferta de Abe] foi bem recebida, porque Deus aprovou a sinceridade de seu coração. 
. Concluir que toda a descendência de Caim foi perversa, pois seguiu o mal exemplo deixado por seu ancestral.
. Concordar que·a descendência de Sete era diferente, pois seguiu a piedade de seu ancestral.
SUGESTÕES PRÁTICAS:
1. Explique aos alunos que a oferta de Caim seria recebida da mesma forma como foi aceita a de Abel, se tivesse havido sinceridade em seu coração. No entanto, ele era displicente e oferecia o pior de sua lavoura, para o Criador. Por isso, foi rejeitado e, por inveja, matou o próprio irmão.
2. Fale aos alunos a respeito da linhagem de Caim. Ele, devido o crime que praticou, fugiu da presença ele seus pais e construiu urna cidade,em um local bem distante. Por não temer a Deus, fez o que era mau aos olhos do Senhor, cujo exemplo foi seguido por todos os seus descendentes.
3. Esclareça-lhes que, por causa de sua piedade, Sete foi um bom exemplo para os seus descendentes. Por esta razão, muitos deles se des­tacaram como homens tementes a. Deus. Podemos destacar, entre eles, Enoque, que, aos 65 anos, começou a buscar intensamente a presença do Senhor.
INTRODUÇÃO
Os capítulos 4 e 5 de Genesis são narrativas históricas e genealógicas. Moisés, seu autor, procurou desen­volver a história da humanidade, a partir de Adão e Eva, com urna descrição didática. Por este motivo, não aparecem todos os filhos do primeiro casal. São destacados apenas os nomes especiais, entre os quais, registraremos alguns, ligados as duas linhagens: a de Caim e Sete.
l. O PECADO E A MALDIÇÃO DE CAIM
1. O primeiro crime no mundo (Gn 4.3-8). Os dois primeiros versículos deste capítulo trazem a narra­tiva breve do nascimento dos dois primeiros filhos de Adão e Eva, os quais se chamaram Caim e Abel.
Caim e Abel aprenderam, desde cedo, a expiar suas culpas diante de Deus e oferecer ofertas de gratidão ao Senhor, por estarem vivos (Gn 4.3,4). O primeiro ofertava o fruto da lavoura do campo, do qual tirava para a sua subsistência. O segundo não deixava por menos, ao apresentar ao Senhor o primogênito de suas ovelhas. Mas Deus atentou mais para a oferta do mais novo. A primeira vista, parece-nos injusta a atitude divina, mas o Senhor é quem conhece e perscruta o interior das pessoas que se chegam a Ele. Abel tinha um coração sincero e voluntário, para servir a Deus, mas Caim, ao ofere­cer sua oferta do campo, não tinha urna atitude sincera e fazia isto, por um ato meramente legalista, isto é, para obedecer aos seus pais. Encheu-se de ciúme e inveja contra seu irmão, e usou ainda da traição, para matá-lo sem compaixão. Ele se tor­nou Ó primeiro homicida da Temi (Gn 4.7). 
2. Uma oferta rejeitada (Gn 4.3,5). Deus rejeitou a oferta de Caim, porque percebeu que o coração deste filho de Adão não era verdadeiro e o seu presente tinha mais um caráter material. Seu culto tornou-se legalista, cheio de obras mortas; infrutífero, sem valor espiritual. Enquanto que a oferta de Abel foi aceita, não por ser um produto mais aceitável que o da lavoura, mas porque o segundo filho de Eva tinha urna atitude voluntária e gratificante diante do Criador. Seu coração era sincero. Seu culto, verdadeiro (Hb 11.4). O que oferecemos ao Senhor, hoje? Nossas ofertas demonstram a atitude real de nossos corações? (Sl 51.17)
3. Urna maldição inevitável (Gn 4.9-12). O poder do pecado dominou o coração de Caim, que se tornou maligno.Sob o doinínio de um profundo ódio contra o seu irmão Abel, sem que o mesmo tivesse feito qualquer coisa que justificasse sua raiva, ele usou de engodo, ao convidá­lo a ir ao campo, para depois atacá­lo e matá-lo ((Gn 4.8). O fato de tê-lo levado, indica que o crime fora premeditado, para escapar dos olhos de seus país e, deste modo, evitar testemunhas contra o seu pecado.
Caim procurou fugir da responsabilidade de seu crime, como muita gente faz boje, por não querer as­sumir seus próprios pecados. No texto de Genesis 4. 11 e 12 Deus expressa a sua rejeição e a inevitável maldição, ao dizer-lhe: "E agora maldito és desde a terra, que abriu a sua boca para receber das tuas mãos o sangue de teu irmão".
4. Caim se casa e constrói urna cidade (Gn 4.17). Depois da maldição de Deus sobre Caim, para que fosse um peregrino na Terra (Gn 4.16), ele saiu do convívio que tinha e procurou isolar-se o quanto pode. Mas todas as regiões já eram habitadas pelos filhos e filhas de Adão (Gn 5.4,5). Em seu caminho errante, ele encontrou urna mulher e casou-se. Daí a impertinente pergunta de muitos crentes neófitos: "Com quem casou Caim? ou: "Quem era a mulher de Caim? De onde ela surgiu ?" Ora, não é preciso criar urna polemica em torno deste assunto, visto que a resposta é facilmente encontrada no contexto histórico e genealógico de Caim. Se o texto diz que ele construiu urna cidade era porque já havia muita gente naquele lugar (seus descendentes).
CONCLUSÃO 
Nesta lição, além dos aspectos históricos que aprendemos, desco­brimos que, em um mundo corrom­pido e pecador, Deus tem urna linha­gem especial que preserva o seu nome, a Igreja de Jesus Cristo.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1. O ambiente em que vivemos influencia, negativa ou positivamente na formação de nosso caráter. Caim, após matar seu irmão, partiu para urna terra distante, e fez o que era mau aos olhos do Senhor. Por isso, influenciou, negativamente, no comportamento de seus filhos. 
2. O pecado surtiu o seu efeito, imediatamente, na face da Terra. Caim não era um pecador, ao nascer, mas já tinha a tendência para o mal. Só porque Deus recebeu o sacrifício oferecido por Abel, e não o seu, por causa de sua displicência, voltou-se contra seu irmão e o matou.
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Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
O Assassinato e seu Resultado, 4.1-24
Um aspecto terrível do pecado é que ele não pode ser isolado nem obliterado facilmente. Executa progressivamente sua obra devastadora na sociedade, de geração em geração. O pecado de Adão e Eva não causou infortúnio apenas para suas vidas; passou de pai para filho, de época para época. A história no capítulo 4 ilustra dolorosamente este fato e as genealogias ampliam as repercussões do mal por todas as gerações.
1. O Assassinato de um Irmão Crédulo (4.1-16)
Na estrutura geral, esta história é muito semelhante à anterior. Tem um cenário (4.1-5), um ato de violação (4.8), uma cena de julgamento (4.9-15) e a execução da sentença (4.16).
A história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva (1) realça as repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Os rapazes, Caim e Abel (2), tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com plantas cultiváveis. Abel gostava de estar com animais vivos. Ambos tinham uma disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram sacrifícios ao SENHOR (3), o primeiro incidente sacrifical registrado na Bíblia.
Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura (4) não quer dizer necessariamente que animais são superiores a plantas para propósitos sacrificais. Por que atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta (5) fica evidente à medida que a história se desenrola.
A primeira pista aparece quase imediatamente. Caim não suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o “número um”.
O Senhor não estava ausente da hora da adoração. Ele abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou diretamente, mas por meio de um jogo de palavras informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação (7) é, literalmente, “levantamento”, e está em contraste com descaiu (6). Um olhar abatido não é companhia adequada de uma consciência pura ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à introspecção e ao arrependimento.
Se Caim tivesse feito bem (7), com certeza Deus o teria graciosamente recebido. Mas, e se Caim não tivesse feito bem? Esta era a verdadeira questão que Caim ignorava, pois ele lançava a culpa em Abel. A ameaça à sua vida espiritual não estava longe. O pecado estava bem do lado de fora da porta, pronto para levar Caim à ruína.
Precisamos examinar duas palavras no versículo 7. A palavra traduzida por pecado ihatfat) pode significar pecado ou oferta pelo pecado. A última opção está fora de questão, porque a presença fora da porta não parece ser útil; é sinistra. A palavra jaz (robesh) é um substantivo verbal. O problema para o tradutor é: Esta palavra serve de verbo, jaz, ou de substantivo, dando o sentido: “O pecado está de tocaia”?
Speiser destaca que o acádio, uma das origens do hebraico bíblico, tem basicamente a mesma palavra, rabishum (note que as primeiras três consoantes são as mes­mas), que significa “demônio”. Esta história bíblica vem do mesmo local geográfico; as­sim, se considerarmos que robesh é um empréstimo do acádio, a solução está à mão. 21 O texto descreve o pecado como um demônio malévolo, pronto para se lançar sobre Caim se este sair da presença de Deus sem se arrepender. Deus graciosamente ofereceu a Caim o poder de vencer o pecado: Sobre ele dominarás.
A última porção do versículo 7 pode ser parafraseada: “Tu deixaste o fogo da raiva arder por dentro; por conseguinte, quando tu deixares meu domicílio, o pecado te toma­rá. E melhor dominares a raiva para que a destruição não te vença”.
Mas Caim saiu da presença de Deus e a raiva se transformou em ciúme, o qual, por sua vez, se tornou em ódio assassino junto com um plano ardiloso. No campo, um dia a ação má foi executada — Caim... matou (8) Abel deliberadamente e sem provocação.
Mas Caim não pôde evitar o SENHOR (9). Logo se desenvolveu a cena de julgamen­to. A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra (10) é vívida expressão idiomática que significa: “Tu podes tentar esquecer teu ato de violência, mas eu não posso. O que quer que aconteça com meus filhos é questão de preocupação pessoal para mim”. O privilégio de cultivar a vida vegetal foi tomado de Caim e ele foi banido para o deserto, a fim de ser fugitivo e errante (12).
A exposição do seu pecado mudou Caim. O ódio arrogante se tornou em medo covar­de misturado com autopiedade. Ele estaria suscetível do mesmo destino que desferiu ao irmão. Não pôde nem suportar o pensamento. Mas Deus não escarneceu dele. Mais uma vez sua misericórdia suavizou o castigo. Pôs o SENHOR um sinal em Caim (15). Assim, Caim partiu para enfrentar uma vida totalmente nova, longe de Deus. A designa­ção terra de Node (16) significa “terra de vagueação”, e não parece ser o nome de uma região específica que não seja sua direção geral para a banda do oriente do Éden.
De 4.2-9, G. B. Williamson analisa “Caim e Abel”. 1) A diferença nos homens — até entre irmãos, 2b,5b,6,8,9; 2) A diferença significativa nas suas ofertas, 3-5a (cf. Hb 11.4); 3) Eis uma revelação da bondade e severidade de Deus, 7a.

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.


GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
O HOMEM SOB O PECADO E A MORTE (4:1-6:8)
4:1-15.0 assassinato de Abel.
Se, por trás da serpente, era perceptível o diabo no capítulo 3, a carne e o mundo entram em consideração no presente capítulo (ver adiante coment. dos vs. 16-24). O pecado é revelado com os seus ciclos de evolução como em Tg 1:15, e no v. 7 é personificado quase que à maneira paulina (c/. Rm 7:8). Muitos pormenores acentuam a gravidade do crime de Caim e, portanto, da queda. O contexto é culto, a vítima, um irmão. E enquanto que Eva fora persuadida a pecar, Caim não aceita ser dissuadido de seu pecado nem sequer por Deus; também não irá confessá-lo, nem aceitar o castigo.
1. A palavra conheceu (AV), neste sentido especial, mostra muito bem o nível plenamente pessoal da verdadeira união sexual, embora possa perder completamente este elevado conteúdo (cf. 19:5, AV).
Caim tem algo do som de qãnâ, “ adquirir” . Tais comentários sobre nomes são geralmente jogos de palavras, e não etimologias, revestindo um nome padrão de um sentido particular. Assim, por ex., em 17:17,19 um nome existente, Isaque (“ ria-se [Deus]” ) foi escolhido para rememorar certo riso e a promessa que o provocou.A expressão com o auxílio do (RV, RSV, AA) é literalmente “ com” , apenas. E embora esta palavra hebraica permita outras interpretações, a de RV, RSV, AA é a mais simples. Cf. 1 Sm 14:45 (outra palavra para “ com” ). A exclamação de fé, expressa por Eva neste versículo como no v. 25, levanta a situação acima do puramente natural, para o seu verdadeiro nível (como a fé sempre faz: 1 Tm 4:45), quer esteja dando um toque no oráculo de 3:15 ou não.
GÊNESIS 4:2-7
2. O nome Abel é, quanto à forma, idêntico ao termo hebraico para vaidade ou simples sopro (por ex., Ec '1:2, etc.). Mas a conexão é provavelmente fortuita, desde que nada se faz com ela. Pode ser que o nome seja cognato do sumério ibil(a), do acádio ab/plu, “ filho”. Os especialistas tendem a ver nesta narrativa as rivalidades de dois modos de viver, o pastoril e o agrícola.1Vê-se tal tema no Velho Testa­ mento (ex., Jr 35:6), mas aqui o contraste de culturas desempenha papel inteiramente subordinado. Deus tem lugar para as duas modalidades (cf. Dt 8), e há os passos estruturadores de um rico modelo nestas aptidões complementares e no procurado 
entrelaçamento do trabalho e do culto. O esquema é feito em pedaços unicamente mediante o material humano, e é a exposição à verdade de Deus que o rompe; pondo a descoberto pela primeira vez a moral antipatia da religião carnal para com a espiritual.
3-5 A oferta é um minhâ, que nas atividades humanas era uma dádiva feita para homenagem ou para aliança e, como termo ritual, po­ dia descrever ofertas de animais e, mais freqüentemente, de cereais (por ex., 1 Sm 2:17, Lv 2:1). É argumento precário afirmar que a ausência de sangue desqualificou a oferta de Caim (cf. Dt. 26:1-11); tudo que é explícito aqui é que Abel ofereceu a fina flor do seu rebanho e que o espírito de Caim era arrogante (5; cf. Pv 21:27). O Novo Testamento infere as implicações adicionais e importantes de que a vida de Caim, diversamente da de Abel, desmentia sua oferenda (1 Jo 3:12) e de que para a aceitação de Abel, sua fé foi decisiva (Hb 11:4).
6. Nos repetidos Por que...? e Se... de Deus, Seu apelo para a razão e Seu interesse pelo pecador são assinalados tão vigorosamente como Seu interesse pela verdade (5) e pela justiça (10).
7. No Hebraico, aceito (7) é literalmente “ um exaltar” (cf. RVmg), expressão que pode indicar um semblante sorridente contrariamente a um semblante carrancudo (descaído, 6). Cf. Nm 6:26. Pode ser que o sentido seja o de que o simples olhar para o rosto de Caim o traia; mais provavelmente vai além, incluindo a promessa de restauração da parte de Deus (cf. 40:13) sobre uma mudança de coração. O quadro do pecado ... recostando-se à porta (RSV; AA: o pecado jaz à porta), desenvolve-se na candente metáfora da domação de um animal selvagem. Assim, RSV: o seu desejo é por você (Moffatt: “ ansioso para 1 Cf., por ex., o conto-competição sumério de Dumuzi e Enkimdu, deus pastor e deus lavrador: A N ET , p. 41.2 Cf. M offatt.
GÊNESIS 4:8-15
estar em você” ), mas você tem de dominá-lo. A frase é uma adaptação de 3:16, sobre o qual lança melancólica luz.
8. RV traduz corretamente o hebraico: E Caim contou a Abel, seu irmão (cf. Êx 19:25). Se este é o verdadeiro texto (como parece que é ) , Caim mostra uma natural vacilação entre aceitar ou desafiar a censura de Deus. Contudo, a LXX diz: ... disse a Abel ... Vamos ao campo (RSV, AA), tornando o assassínio duplamente deliberado, se estas pa­ lavras constituem de fato uma parte autêntica do texto original.
9. Onde está Abel, teu irmão? emparelha-se a “ Onde estás?” de 3:9, como a perene e completa inquirição que Deus faz ao homem. A desumana réplica, de teor igual às evasivas respostas de 3:10ss, trai, em comparação com estas, certo endurecimento.
10. Costumamos falar de erros que “clamam” por reparação. O Novo Testamento combina com o Velho Testamento nisto, e desenvolve a metáfora (por ex., Ap 6:9,10; Lc 18:7,8) que, todavia, deve ser vista como metáfora. Em tocante contraste, o sangue de Jesus Cristo clama pela graça (Hb 12:24).
11,12. O impenitente Caim ouve palavras mais severas do que as dirigidas a Adão, para quem a maldição foi indireta, não tendo ele ouvido: “ És... maldito” .
13,14. O protesto de Caim4 ecoa o tom ofendido de Dives5 (Lc 16:24,27,28; cf. Ap 16:11), em contraste com o reconhecimento do ladrão arrependido, de que: “ ...recebemos o castigo que os nossos atos merecem” (Lc 23:41). A última frase do v. 14: “qualquer que me achar... (RSV), dá idéia de uma população em expansão, presente ou futura. Poderia implicar também em que cada pessoa encontrada seria um parente próximo de Abel — coerentemente com o contexto. Ver, porém, a Introdução, Origens Humanas, p. 25ss.
15. O interesse de Deus pelo inocente (10) iguala-se somente à Sua preocupação pelo pecador. 
Mesmo a queixosa oração de Caim continha um germe de súplica; a promessa de Deus, em resposta, juntamente com a sua marca ou sinal (a mesma palavra de 9:13; 17:11) — não um estigma, e, sim, um salvo-conduto — é quase uma aliança, fazendo dele virtualmente o go’el ou protetor de Caim. Cf. 2 Sm 14:14b, AV, RV, AA. É o máximo que a misericórdia pode fazer pelos que não se arrependem.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970


Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis - Comentário Adam Clarke
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP


Fonte: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao5-ctc-4tr15-caim-era-do-maligno.htm Acesso em 27 out. 2015

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

0 Evangélicos do mundo todo lembram esse mês (OUTUBRO) o início da Reforma Protestante





Em 31 de outubro é comemorado por evangélicos de todo o mundo o dia da Reforma Protestante. Em 1517, um dia antes da festa católica de “Todos os Santos”, o monge agostiniano Martinho Lutero pregou publicamente suas 95 teses, na porta da Catedral de Wittenberg (Alemanha). Seu apelo era por uma mudança nas práticas da Igreja Católica, por isso o nome “Reforma”.

A iniciativa teve consequências por toda a Europa, dividiu reinos, gerou protestos e mortes. E mudou para sempre a Igreja. Para alguns, Lutero destruiu a unidade do que era considerada “a” igreja, era um monge renegado que desejava apenas destruir os fundamentos da vida monástica. Para outros, é um grande herói, que restaurou a pregação do evangelho puro de Jesus e da Bíblia, o reformador de uma igreja corrupta.

O fato é que ele mudou o curso da história ao desafiar o poder do papado e do império, e possibilitou que o povo tivesse acesso à Bíblia em sua própria língua. A principal doutrina de Lutero era contra o pagamento de penitências e indulgências aos lideres religiosos. Ele enfatizava que a salvação é pela graça, não por obras.

Conta-se que muita coisa mudou dentro daquele monge até então submisso ao papa quando, em 1515, Lutero começou a dar palestras sobre a Epístola aos Romanos. Ao estudar as Escrituras se deparou com o primeiro capítulo de Romanos, que decretava “o justo viverá pela fé”. Desvendava-se diante dele o que é conhecida como “justificação pela fé”, ou seja, a justificação do pecador diante de Deus não é por um esforço pessoal, mas sim um presente dado àqueles que acreditam na obra de Cristo na cruz.

O movimento encabeçado por Lutero ocorreu durante um dos períodos mais revolucionários da história (passagem da Idade Média para o Renascimento) e mostra como as crenças de um homem pode mudar o mundo.

A controvérsia acabou sendo, segundo historiadores, maior do que Lutero pretendia ou imaginara. Porém, ao atacar a venda de indulgências por parte da igreja, acabou opondo-se ao lucro obtido por pessoas muito mais poderosas do que ele. Segundo Lutero, se era verdade que o Papa tinha poder de tirar as almas do purgatório, devia usar esse poder, não por razões egoístas, como a necessidade arrecadar fundos para construir uma igreja, mas simplesmente por amor, e devia fazê-lo gratuitamente. A idolatria aos santos também foi um dos grandes pontos de discórdia com os lideres católicos.

A maioria dos historiadores concorda que Lutero teria tentado apresentar seus argumentos ao Papa e alguns amigos de outras universidades. No entanto, as teses colocadas na porta da Catedral de Wittemberg e os muitos argumentos teológicos impressos e distribuídos por ele nos meses seguintes, acabaram se espalhando por toda a Europa, fazendo com que ele fosse chamado ao Vaticano para se retratar perante o Papa. A partir de então, entrou abertamente em conflito com a Igreja Católica.

Acabou excomungado em 1520, pelo papa Leão X. Alegava-se  que ele incorria em “heresia notória”. Devido a esses acontecimentos, Lutero temendo a morte, ficou exilado no Castelo de Wartburg, por cerca de um ano. Durante esse período trabalhou na sua tradução da Bíblia para o alemão, resultando na impressão do Novo Testamento em setembro de 1522.

Sobre o legado de Lutero, o famoso pastor Charles Spurgeon escreveu:

“Lutero aprendeu a ser independente de todos os homens, pois ele lançou-se sobre o seu Deus! Ele tinha todo o mundo contra ele e ainda viveu alegremente.

Se o Papa excomungou, ele queimou a bula de excomunhão! Se o Imperador o ameaçou, ele alegrou-se porque se lembrou das palavras do Senhor: “Os reis da terra se levantam, e os príncipes dos países juntos. Aquele que está sentado nos céus se rirá” (Salmo 2).

Quando disseram-lhe: “Onde você vai encontrar abrigo se o Príncipe Eleitor não protegê-lo?”. Ele respondeu: “Sob o escudo amplo de Deus”. Lutero não podia ficar parado. Ele tinha que escrever e falar! E oh, com que confiança ele falou! Abominava as dúvidas sobre Deus e as Escrituras!”

Para algumas vertentes do catolicismo, os protestantes são hereges. Para outras, “irmãos separados”. O movimento originado por Lutero ficou conhecido como Protestantismo e seus seguidores como “protestantes”. O termo é pouco comum no Brasil, onde se prefere usar “evangélicos”. As 
informações são do Protestante Digital.

Conheça as 95 teses aqui. 

domingo, 25 de outubro de 2015

0 Teologia da prosperidade, Pr. Natanael comenta




Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?
Mateus 16.26
Veja o vídeo do Pr. Natanael Rinaldi:




http://www.cacp.org.br/teologia-da-prosperidade-pr-natanael-comenta/

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

0 Nova Constituição alega que atividades cristãs são ilegais




"Atos evangelísticos serão punidos por lei"


As tensões aumentam fortemente no Nepal, enquanto os grupos radicais hinduístas declaram a proibição de missionários cristãos no país, de acordo com informações do Christian Post. A nova Constituição já foi inaugurada, depois de sete anos de discussões parlamentares.

Um dos analistas da Portas Abertas comenta: "Enquanto há protestos contra a nova Constituição, as atividades cristãs correm o risco de tornarem-se todas ilegais. Além disso, existe um acordo entre o Nepal e a Índia que estabelece que ambos devem se tornar um Estado hindu. Se os países seguirem à risca, as emendas propostas podem tornar qualquer ato religioso como evangelístico, o que é punível por lei".

O simples fato de tentar converter alguém ao cristianismo já é considerado pelas autoridades como um motivo de punição, já que a nação é composta de aproximadamente 80% de hindus. Até mesmo a promoção de eventos para ajudar os necessitados foi incluída como um ato de rebeldia contra o governo.

A comunidade cristã se preocupa com o futuro, já que encontram na Constituição um caminho para a cláusula de "anti-conversão". Se isto acontecer mesmo, o código penal vai permitir sentenças de prisão e multas pesadas para os ofensores. "Seguidores do cristianismo já sofrem há décadas com as desigualdades e a perseguição religiosa. Eles esperavam que a nova Constituição, que foi criada pela democracia laica, garantisse seus direitos e sua liberdade, mas parece que isto não vai acontecer tão cedo", conclui o analista.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

0 Lição 4 - A queda da raça humana




O salário do pecado é a morte.

INTRODUÇÃO
- Na sequência dos estudos sobre o livro de Gênesis, estudaremos hoje o capítulo 3.

- O salário do pecado é a morte


I – TENTAÇÃO E QUEDA
- Na sequência dos estudos sobre o livro de Gênesis, estudaremos hoje o capítulo 3, que é, de longe, o mais triste e trágico capítulo da Bíblia Sagrada, pois há ali a narrativa da queda do ser humano, da entrada do pecado no mundo.

- Homem e mulher viviam em plena harmonia entre si, com Deus e com a criação terrena. A cada dia, na viração do dia, ou seja, ao entardecer, muito provavelmente às seis horas da tarde, o Senhor vinha ao encontro do primeiro casal e o homem tinha um momento de íntima comunhão com o seu Criador, sendo abençoado e ensinado pelo Senhor.

- Homem e mulher viviam em perfeita comunhão entre si, em total inocência, sendo, verdadeiramente, uma só unidade, tanto que o texto sagrado diz que estavam nus mas não se envergonhavam, não havendo qualquer desconfiança ou malícia entre eles.

- Não se sabe ao certo quanto tempo durou esta situação. Devemos lembrar que os dias da criação não são dias de vinte e quatro horas, como já vimos em lições anteriores, e que, encerrada a criação, iniciou-se o sétimo dia, mencionado em Gn.2:2,3, dia que perdura até a presente data, pois o sétimo dia da criação nada mais é que o período em que Deus cessou de criar, apenas mantendo, pelo poder de Sua Palavra, tudo quanto foi criado (Hb.1:3), manutenção que é feita em parceira com o administrador da criação terrena, que é o ser humano.

- Sendo assim, não podemos precisar quanto tempo viveu o ser humano na inocência, em plena comunhão com Deus. Não foi apenas um dia de vinte e quatro horas, como pensam alguns. Foi um período indeterminado de tempo, que pode muito bem ter durado milhares ou milhões de anos, de modo que não há qualquer possibilidade de desmentido do texto bíblico por constatações da existência de homens há milhares de homens, como tem defendido a ciência.

- O fato é que esta situação infelizmente se alterou quando o primeiro casal foi tentado e não resistiu à tentação, permitindo a entrada do pecado no mundo.

- O capítulo 3 do livro de Gênesis inicia-se apresentando uma personagem, a serpente, dizendo ser ela a mais astuta alimária do campo que o Senhor Deus tinha feito. Há muita discussão se o texto se refere literalmente à serpente enquanto animal ou se faz referência a Satanás. Respeitando as opiniões divergentes, entendemos que esta serpente aqui não se refere ao animal propriamente dito, mas, sim, ao inimigo de nossas almas, pois, em Ap.12:9 e Ap.20:2, há a perfeita identificação entre “a antiga serpente” e o diabo.

- O diabo era um querubim ungido, ou seja, um anjo que oficiava diante do trono de Deus, consoante vemos em Ez.28:14, ou seja, um anjo que havia sido separado por Deus para ter uma posição de proeminência no mundo espiritual e que teria, inclusive, sido colocado sobre a Terra, no Éden (Ez.28:13), sendo, muito provavelmente, o ser celestial encarregado do louvor a Deus (Ez.28:13,14).

- No entanto, este ser tão excelente que, como todos os anjos, era um ser moral, sabendo discernir entre o bem e o mal, sendo dotado de livre-arbítrio, usou mal deste livre-arbítrio e desejou ser maior do que Deus, rebelou-se contra o Senhor e, deste modo, foi achado em iniquidade e expulso dos céus, levando consigo um terço dos anjos, que o seguiram (Ez.28:15-18; Is.14:11-15; Ap.12:3,4).

- Tal acontecimento deu-se antes da criação do homem, na eternidade passada, havendo, como já vimos na lição 2, quem entenda que isto tenha ocorrido no período entre Gn.1:1 e Gn.1:2, a chamada “teoria do intervalo”. Entretanto, mesmo os que assim não entendem, também situam este episódio antes da criação do homem, pois, em Gn.3:1, é dito que este ser vem ao encontro da mulher, já como uma criatura degenerada, iníqua e visando a perdição e destruição do ser humano.

- Sendo um ser angelical, ainda que caído, Satanás é um espírito e, como tal, pode assumir formas materiais (Cf. II Co.11:14), de modo que não lhe foi difícil assumir a forma de uma serpente e, assim, iniciar um diálogo com a mulher. Entendem alguns que o diabo “possuiu” o animal serpente e, desta maneira, começou a dialogar com a mulher, o que é uma interpretação possível. Ter-se-ia, assim, a primeira “sessão mediúnica” da história da humanidade. Tendo assumido a forma de serpente, tendo “possuído” a serpente, o fato é que iniciou o diálogo com a mulher.

- Usando de sua astúcia, que é a “habilidade de dissimular e usar artifícios enganadores e, com isso, obter vantagens às custas de outrem; malícia, treta, artimanha”, como diz o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o diabo inicia o diálogo com a mulher, fazendo uma indagação: “Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn.3:1 “in fine”).

- Vemos aqui, de pronto, duas grandes falhas em que o primeiro casal havia incorrido e que tornou possível a tentação. Por primeiro, homem e mulher estavam separados, não estavam juntos. Por motivos que não sabemos, Eva estava sozinha e o Senhor já havia dito que não era bom que o homem estivesse só (Gn.2:18).

- A solidão é um estado que muito facilita a ação do inimigo e coloca em risco a nossa vida espiritual. Por isso, o Senhor sempre formou, ao longo da história, o Seu povo, para que, dentro da sociabilidade, o homem pudesse vencer o pecado e o mal, mantendo uma vida de comunhão com Ele.

- Ao longo da história da humanidade, sempre houve um povo de Deus (linhagem de Sete, comunidade única pós-diluviana, Israel e Igreja), pois não é possível que, solitários, possamos servir a Deus. Daí porque a proposta dos chamados “desigrejados”, que tem crescido nestes últimos dias, é, na verdade, uma artimanha satânica, pois, sozinhos, seremos alvos certos do inimigo e, assim como Eva, haveremos de fracassar espiritualmente.

- A segunda grande falha observada neste episódio da tentação é a falta da guarda do jardim por parte do primeiro casal. Satanás conseguiu entrar no jardim e isto é demonstração de que havia ocorrido uma falha na guarda, tarefa de que estava incumbido o primeiro casal (Cf. Gn.2:15). Houve falta de vigilância, falta de cuidado por parte do primeiro casal e, deste modo, Satanás pôde entrar no jardim sorrateiramente.

- Não é por outro motivo que o Senhor Jesus, em Seu sermão escatológico, dá a chamada “ordem santa”, que é a vigilância (Mc.13:37). Devemos estar sempre vigilantes, atentos, para não permitir que o diabo possa se aproximar de nós, pois ele está ao derredor, buscando a quem possa tragar (I Pe.5:8). Ele é uma fera terrível, destrutiva e não perde oportunidade para nos fazer fracassar espiritualmente. Não devemos ficar com medo, porquanto, se o inimigo está ao derredor, ao nosso redor está o Senhor (Sl.34:7), de modo que estamos protegidos no esconderijo do Altíssimo (Sl.91:1). No entanto, se deixarmos de ser atentos, se dermos lugar ao diabo, ele comparecerá e nos trará grande prejuízo (Ef.4:27).

- Solitária e tendo negligenciado na vigilância, o primeiro casal permitiu que Satanás adentrasse no jardim do Éden e viesse iniciar diálogo com a mulher e, usando de toda a sua astúcia, lançou uma indagação: “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?”

- Ora, bem vemos aqui uma das artimanhas do inimigo, que é a distorção da Palavra de Deus. Não é à toa que o Senhor Jesus disse que a verdade nos liberta (Jo.8:32). Quando efetivamente conhecemos a Palavra de Deus, que é a verdade (Jo.17:17), não há como nos enroscarmos nas armadilhas de Satanás, pois não somos atingidos por suas distorções da Palavra. O diabo inicia o diálogo com a mulher distorcendo o que Deus havia dito.

- Na abertura do diálogo, aliás, temos o primeiro momento da tentação. Jamais devemos abrir diálogo com o adversário de nossas almas. Ele é muito astuto, maior do que nós, pois, embora sendo caído, continua sendo um anjo e, como tal, é maior do que nós (Sl.8:5; Hb.2:7), não sendo, pois, possível que o vençamos com nossas próprias forças. Assim como um estelionatário, que consegue, com sua “lábia”, enganar suas vítimas, inevitavelmente, se iniciarmos diálogo com o adversário, seremos, sim, vencidos. Por isso, o apóstolo Paulo nos adverte de que não podemos ignorar os ardis do inimigo (II Co.2:11).

- A mulher, sozinha e sem vigilância, abre o diálogo com o adversário e responde ao inimigo, certamente admirada por ver uma serpente falando, dizendo que lhe era permitido comer de toda árvore do jardim, mas que do fruto da árvore que estava no meio do jardim não lhe era autorizado comer nem tocar para que não houvesse morte (Gn.3:2,3).

- Aqui devemos observar que a mulher estava realmente sem vigilância, pois era sabedora de que os animais não falavam. A admiração em ver um animal falando deveria ter provocado na mulher uma atitude de desconfiança e ela deveria ter ido ao encontro de seu marido ante a inusitada situação. No entanto, a curiosidade foi maior e este é outro fator que pode nos levar ao fracasso espiritual. Devemos fugir de tudo que é estranho, de tudo que não se conforma com os parâmetros divinos, não nos aventurando em circunstâncias que nada mais são do que as “profundezas de Satanás” descritas em Ap.2:24. Há muitos servos do Senhor que estão a se perder nos dias atuais, participando de “inovações” e supostas experiências sobrenaturais que nada mais são que vias de entrada para a perdição. Tomemos cuidado, amados irmãos!

- Outrossim, é preciso aqui repudiar ensino totalmente sem respaldo bíblico, segundo o qual, antes da queda, os animais falavam. Quem isto ensina procura se basear no fato de a serpente ter falado, dizendo que isto era uma demonstração de que, antes da queda, os animais podiam se comunicar. Isto não passa de fábula, sem qualquer base escriturística. Somente o homem foi dotado do poder de linguagem racional, tanto que Deus chamou Adão para dar nome aos animais. A “fala” da serpente era algo novo e inusitado e que deveria ter despertado estranhamento por parte da mulher e não, curiosidade.

- Notamos, aqui, nesta resposta da mulher como é absolutamente indispensável termos conhecimento da Palavra de Deus para que não caiamos nas tentações que nos sobrevierem. A mulher não havia prestado atenção naquilo que Deus havia determinado. A ordem dada por Deus foi para Adão, quando Eva ainda não tinha sido criada, mas, muito provavelmente, não só Adão mas o próprio Deus haviam repetido tal ordenança à mulher, de sorte que não havia qualquer justificativa para que a mulher fosse ignorante a respeito.

- O fato é que a mulher não havia prestado atenção, dado o devido valor ao mandamento divino e temos aqui mais um fator que leva ao fracasso espiritual: a falta de conhecimento da Palavra, a falta de valorização da Palavra do Senhor.

- A mulher, ao responder ao diabo, cometeu dois equívocos. O primeiro, ao identificar erroneamente a árvore cujo fruto era proibido. Disse ela que não se podia comer do fruto que estava na árvore que ficava no meio do jardim, mas isto não correspondia ao que Deus havia dito. Deus havia proibido comer da árvore da ciência do bem e do mal (Gn.2:16,17), mas a mulher havia identificado como fruto proibido o fruto da árvore da vida, pois era esta a árvore que ficava no meio do jardim (Gn.2:9).

- O segundo equívoco foi acrescentar algo que o Senhor não havia dito, qual seja, dizer que proibido tocar no fruto da árvore. O Senhor havia tão somente proibido comer do fruto (Gn.2:16,17), mas nada havia dito com relação ao toque, havendo, aqui, portanto, um indevido acréscimo à Palavra de Deus.

- O desconhecimento da Palavra faz com que sejamos presa fácil do inimigo. Satanás logo percebeu que a mulher não tinha prestado atenção ao dito do Senhor e prosseguiu sua tentação, lançando a mulher no campo da dúvida, afirmando que não haveria morte, mas, sim, uma “evolução espiritual” no dia em que se comesse do fruto da árvore, já que se seria “igual a Deus”, “sabendo o bem e o mal”.

- Temos aqui uma mentira de Satanás, algo que lhe é próprio, pois ele é o pai da mentira e quando mente apenas reflete a sua natureza (Jo.8:44). Satanás procurou despertar na mulher o mesmo sentimento que o levou à queda, ou seja, o desejo de independência em relação a Deus, a soberba, a autossuficiência (Is.14:13,14). Satanás continua levando milhares e milhares de seres humanos ao fracasso espiritual, fazendo-os crer que podem viver sem Deus, que podem ser independentes de Deus, que podem ser “iguais a Deus”.

- Esta mesma mentira satânica tem sido o cerne de tudo quanto se propaga e se difunde neste mundo sem Deus e sem salvação. Em nossos dias, não é diferente. Não faltam aqueles que dizem que Deus não existe (ateísmo); que não devemos levar Deus em conta durante nossa existência (ateísmo prático, deísmo); que afirmam sermos nós “pequenos deuses” (Nova Era); que dizem depender única e exclusivamente de nós a “evolução espiritual” (espiritismo, hinduísmo, xintoísmo); que põem o homem numa posição superior a Deus, fazendo-O mero “serviçal” (teologia da prosperidade, teologia da confissão positiva).

- A mulher, que estava solitária, que não havia vigiado, bem como que não havia prestado atenção ao mandamento divino, deixa-se deduzir pela mentira satânica e passa a não mais crer no dito do Senhor. Temos, então, aqui, a falta de fé, a falta de confiança em Deus, a incredulidade, que outra importante arma que o inimigo lança para que fracassemos espiritualmente. A incredulidade é o dardo inflamado do maligno que atinge e fere mortalmente a nossa alma, quando abrimos a guarda e deixamos de usar o “escudo da fé” (Ef.6:16).

- Totalmente vulnerável ao inimigo, a mulher acabou sendo levada pelas circunstâncias e fez nascer a concupiscência em si, o que é mais um passo no processo da tentação (Tg.1:14). Assim, diz o texto sagrado, que a mulher viu aquela árvore como boa para se comer, o que caracteriza a concupiscência da carne; viu aquela árvore como agradável aos olhos, o que caracteriza a concupiscência dos olhos e, por fim, viu aquela árvore para desejável para dar entendimento, o que caracteriza a soberba da vida.

- Estas três concupiscências — a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida — são precisamente os elementos existentes no mundo, que é dominado pelo maligno (I Jo.2:16) e que foram apreendidos pela mente da mulher, que se deixou induzir pelo inimigo de nossas almas, sendo enganada por ele (II Co.11:13; Tm.2:14). A mulher demonstrava, então, como já havia se corrompido por deixar de dar crédito à Palavra de Deus, por ter dado lugar ao diabo.

- Uma vez atraída e engodada pela própria concupiscência, permitiu que tal concupiscência concebesse e desse à luz ao pecado (Tg.1:15) e, por causa disso, pecou, tomando do fruto e dele comendo (Gn.3:6).

- Mas o efeito multiplicador do pecado logo se fez sentir. Assim que corrompida e tendo pecado, a mulher, também, se torna tentadora e leva o seu marido a também pecar, oferecendo-lhe o fruto proibido e Adão, conscientemente, também come do fruto proibido, pecando igualmente.

- Muito se discute porque Adão comeu do fruto, não tendo sido alvo de qualquer engano por parte do inimigo, como, aliás, atesta I Tm.2:14. São conjecturas que não nos permitem chegar à qualquer conclusão, ante o silêncio das Escrituras. O fato é que Adão, sabendo que sua mulher havia ingerido o fruto proibido, também quis fazê-lo, desconsiderando o mandamento divino.

- Imediatamente após o pecado, as Escrituras afirmam que ambos tiveram abertos seus olhos e perceberam que estavam nus. Havia cessado a harmonia que havia entre os integrantes do primeiro casal e, por conta disso, surgiu a noção de pudor, que revela já a corrupção do gênero humano, o surgimento da natureza pecaminosa no homem, como bem afirmou o ex-chefe da Igreja Romana, João Paulo II, que dissertou a respeito nos seus estudos sobre a chamada “teologia do corpo” em consideração que, por sua biblicidade, vale a pena transcrever: “…«Então, abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus, prenderam folhas de figueira umas às outras e colocaram-nas, como se fossem cinturões, à volta dos seus rins» (Gn.3:6). Esta é a primeira frase da narrativa (…), que se refere à «situação» do homem depois do pecado e mostra o novo estado da natureza humana. Não sugere acaso esta frase o início da «concupiscência» no coração do homem? Para dar resposta mais profunda a tal pergunta, não podemos deter-nos nessa primeprimeira frase mas é necessário ler o texto completo. Todavia, vale agora a pena recordar o que, nas primeiras análises, foi dito sobre o tema da vergonha como experiência «do limite» (…). O Livro do Gênesis refere-se a esta experiência para demonstrar o «confim» existente entre o estado de inocência original (cfr. em especial Gn.2:25, ao qual dedicamos muita atenção nas precedentes análises) e o estado de pecaminosidade do homem logo no «princípio». Enquanto Gn.2:25 insiste em que «estavam nus... mas não sentiam vergonha», Gn.3:6 fala explicitamente do nascimento da vergonha em relação com o pecado. Essa vergonha é quase a primeira origem de se manifestar no homem — em ambos, varão e mulher — aquilo que «não vem do Pai, mas do mundo».” (Teologia do corpo: catequeses proferidas entre 5 de setembro de 1979 a 28 de novembro de 1984. Disponível em: https://igrejamilitante.files.wordpress.com/2014/11/catequeses-teologia-do-corpo-joc3a3o-paulo-ii-1979-a-1984.pdf Acesso em 24 ago. 2015, p. 72).

- Prossegue João Paulo II: “…Já falamos da vergonha que surgiu no coração do primeiro homem, varão e mulher, ao mesmo tempo que o pecado. A primeira frase da narrativa bíblica a este respeito soa assim: «Então abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus, prenderam folhas de figueira umas às outras e colocaram-nas como se fossem cinturões» (Gn.3:7). Esta passagem, que fala da vergonha recíproca do homem e da mulher como sintoma da queda (status naturae lapsae), deve ser considerada no seu contexto. A vergonha naquele momento toca o grau mais profundo e parece transtornar os fundamentos mesmos da existência de ambos. «Nessa altura, aperceberam-se de que o Senhor Deus percorria o jardim pela suavidade do entardecer, e o homem e a sua mulher logo se esconderam do Senhor Deus, por entre o arvoredo do jardim» (Gn.3:8). A necessidade de se esconderem indica que no profundo da vergonha sentida um pelo outro, como fruto imediato da árvore do conhecimento do bem e do mal se produziu um sentimento de medo diante de Deus: medo precedentemente desconhecido…” (op.cit., p.73).

- Pelo que se verifica, portanto, tem-se que passou a existir uma malícia entre o homem e a mulher, não havia mais aquela harmonia primitiva, e, por causa desta malícia, deste estranhamento entre homem e mulher, resolveram eles coser folhas de figueira, fazendo para si aventais. Havia-se perdido a inocência e nascido a concupiscência, a natureza pecaminosa do ser humano.

- Esta mesma situação, que separou homem da mulher, que passaram a se estranhar, também se revelou uma separação com Deus, pois, quando o Senhor, como sempre fazia na viração do dia, apresentou-Se no jardim para falar com o homem, o primeiro casal procurou se esconder, pois havia perdido a comunhão com o seu Criador em virtude do pecado, que faz separação entre Deus e o homem (Is.59:2). Estava demonstrada a ocorrência da morte de que falara o Senhor quando dera o mandamento divino, pois morte nada mais é que separação.

- O Senhor, então, dá a Adão a oportunidade de se defender, indagando onde ele estava (Gn.3:9). É evidente que, por ser onisciente, Deus sabia perfeitamente onde Adão se encontrava, mas deu a oportunidade real para que Adão se manifestasse e, quem sabe, pedisse perdão pelo ocorrido. Aliás, é aqui que os juristas enxergam o caráter sagrado do direito de defesa, que se inicia com a chamada “citação”, ou seja, o chamamento do réu ao processo.

- Adão, então, se apresentou e justificou ter se escondido por se achar nu (Gn.3:10). Esta nudez era muito mais do que a simples nudez física, que percebera por ter comido o fruto proibido, mas, sim, era a própria nudez espiritual, pois, com o cometimento do pecado, o homem havia perdido as suas vestes espirituais, o manto de justiça (Is.61:10), tornando-se espiritualmente nu (II Co.5:3; Ap.3:17; 16:15).

- O Senhor, então, diante desta afirmação, que só demonstrava a soberba do homem que, em vez de confessar seu pecado, quis justificar seu ato, como que dizendo que havia cometido o ato de comer do fruto proibido e não ter, de modo algum, cometido qualquer transgressão, confronta com o homem, perguntando a ele se havia comido do fruto proibido (Gn.3:11).

- Ante tal indagação, o homem revela mais uma faceta de sua corrupção. Passa a incriminar a mulher e, indiretamente, o próprio Deus pela sua falta. Adão disse que a mulher que o Senhor lhe havia dado era a responsável por ter ele comido do fruto. Temos aqui a demonstração da morte moral, ou seja, o homem, em vez de assumir a sua culpa, procura terceirizá-la, revelando, assim, total falta de amor ao próximo e incapacidade de assumir seu erro. Houve aqui tentativa de encobrimento da transgressão ( Cf. Jó 31:33) e, por isso, não pôde Adão desfrutar da misericórdia divina (Pv.28:13).

- Tem-se, pois, com esta atitude, a demonstração clara de que o diabo mentira ao dizer que eles seriam como Deus, sabendo o bem e o mal. O primeiro casal já sabia o que era o bem e o que era o mal desde o momento em que o Senhor lhes dissera que não podiam comer do fruto proibido. Eles tão somente não haviam experimentado o mal, e, ao fazê-lo, tornaram-se escravos do pecado, pois quem comete pecado se torna escravo do pecado (Jo.8:34).

- Como poderia o homem ter-se tornado “como Deus” se não manifestava amor ao próximo, buscando culpar sua companheira? Onde estava a benignidade que caracteriza o próprio Deus? (Sl.145:8). Como poderia o homem “saber o bem e o mal”, se insistia em negar o erro cometido e buscasse alguém para culpar, revelando total cegueira no que concerne à moralidade, algo que jamais ocorre em Deus, que não tem o culpado por inocente nem vice-versa (Gn.18:23-27; Na.1:3)?

- Ante tal afirmativa, o Senhor Se dirige à mulher, a demonstrar, pois, que a responsabilidade diante de Deus é individual, motivo por que homem e mulher, ainda que formando uma só carne, eram individualmente responsáveis diante do Senhor, o que nos mostra que o casamento é uma realidade terrena que não traz qualquer consequência no tocante ao relacionamento que cada ser humano deve ter diante do Senhor quanto à eternidade.

- A mulher, demonstrando ter igualmente se corrompido com o pecado, corrupção até maior do que a homem, pois de corrompida passara também a corruptora, teve a mesma reação do seu marido. Buscou terceirizar a culpa, imputando-a à serpente, dizendo ter sido enganada por ela.

- Esta mesma reação do primeiro casal é a observada ainda em nossos dias por todo ser humano. Escravizado pelo pecado, atraído e engodado pela sua própria concupiscência, o homem não admite sua culpa diante de Deus, preferindo culpar os outros pelas suas falhas, preferindo culpar o diabo pelos seus deslizes. Por isso, não é surpresa alguma que, ainda em nossos dias, surjam múltiplas teorias filosóficas que tentem retirar do homem qualquer culpa, tais como a negativa da existência de pecado, a busca da responsabilidade da sociedade pela prática de crimes e tantas outras coisas similares.

- É importante asseverar que a Bíblia diz que o pecado entrou no mundo por um homem (Rm.5:12; I Co.15:21), de sorte que não podemos dizer que o pecado é culpa do homem ou da mulher, pois ambos foram igualmente culpados por isso. Quando se fala em “homem”, está a se falar de “ser humano”, tanto do homem quanto da mulher, porque ambos transgrediram o mandamento divino. Ademais, quando a Bíblia fala da transgressão de “Adão” (Os.6:7; Rm.5:14), está se referindo tanto ao homem quanto à mulher, pois a mulher somente é chamada de “Eva” após a queda (Gn.3:20), de modo que tudo parece indicar que “Adão” é expressão que designa tanto o homem quanto a mulher até a queda.

- Homem e mulher admitiram ter descumprido o mandamento divino, embora não assumissem sua culpa diante de Deus e o Senhor, então, que é justiça (Gn.18:27; Sl.119:137; Ap.16:5; Jr.23:6), teve, então, de impor o juízo a todos quantos estavam envolvidos neste triste episódio.


II - AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA: O JUÍZO QUE PÕE FIM À DISPENSAÇÃO DA INOCÊNCIA
- Após ter dado o legítimo e sagrado direito de defesa ao primeiro casal e comprovado, aos olhos do homem e da mulher, que eles haviam transgredido o mandamento divino, o Senhor passa, então, a lançar o juízo sobre o primeiro casal, a aplicar a devida justiça, justiça que não é divorciada da misericórdia divina, como haveremos de observar.

- O primeiro alvo do juízo é para a serpente, que, como sabemos, é Satanás. É interessante observar que Deus não deu oportunidade para que o diabo se manifestasse, pois ele já havia sido julgado e condenado por conta de sua transgressão e rebelião na eternidade passada (Jo.16:11). Não tem, portanto, qualquer cabimento a afirmativa de alguns hereges, de que o diabo será um dia perdoado por Deus, pois seu julgamento já foi realizado e, portanto, como Deus não muda (Ml.3:6), não há mais qualquer oportunidade de redenção seja dos diabos, seja dos seus anjos, que estão a esperar tão somente a execução, com seu lançamento no lago de fogo e enxofre, que para eles mesmos foi preparado (Mt.25:41; Ap.20:10).

- O Senhor dirigiu-Se à serpente e amaldiçoou o animal que havia sido “possuído” ou cuja forma o adversário havia tomado, fazendo com que ele passasse a rastejar, não tendo mais patas, comendo pó todos os dias da sua vida(Gn.3:14). Mas, por que Deus amaldiçoa este animal, que, por ser despido de moralidade, não teria culpa alguma? Para que ficasse um sinal visível e inescusável na criação para lembrança do homem de que ele havia perdido a comunhão com Deus. Era uma “marca” que se deixava na natureza para que o homem nunca se esquecesse de que, por meio da serpente, havia sido enganado pelo diabo.

- A maldição que caiu sobre a serpente, também, serviu para demonstrar a perda da harmonia que havia entre o homem e a criação terrena sobre a qual deveria dominar, estabelecendo-se uma concorrência até então inexistente entre o ser humano e a natureza.

- É oportuno apontar que a ciência tem confirmado que a morfologia das serpentes comprova de que elas possuíram membros outrora, circunstância que se atribui a uma “evolução”, mas que, na verdade, fica sobejamente explicado pela passagem bíblica ora em comento.

- Mas, ao lado deste sinal visível da natureza, que serviria de lembrança para o homem, o Senhor, também, fez a promessa de que a inimizade que o diabo conseguira construir entre Deus e o homem seria debelada por um homem, chamado aqui de “semente da mulher” (Gn.3:15). Temos aqui o “protoevangelho”, ou seja, a primeira vez em que é anunciada a boa nova da salvação, a notícia de que Deus haveria de restabelecer a comunhão entre Ele e Deus.

- O Senhor, diante do primeiro casal, aponta que surgiria a “semente da mulher”, que desfaria a obra produzida pelo diabo, qual seja, a corrupção do gênero humano, que permitira a entrada do pecado no mundo físico, pecado este que só existia, até então, na esfera espiritual, por causa da queda de Satanás e seus anjos.

- Esta “semente da mulher” é apontada pelo Senhor como alguém que estava muito próximo a Ele (verifique que é identificada pelo pronome “esta”, pronome demonstrativo que indica proximidade com a pessoa que fala), o que nos mostra tratar-se de uma das Pessoas Divinas, o Verbo de Deus que Se faria carne e habitaria entre nós cheio de graça e de verdade (Jo.1:14), Aquele que viria ao mundo para desfazer as obras do diabo (I Jo.3:8).

- Tal redenção se faria mediante duas ocorrências: por primeiro, haveria a vitória da “semente da mulher”, que desfaria tudo quanto havia sido feito pela serpente (“esta te ferirá a cabeça”), mas não sem que houvesse um preço a ser pago por esta mesma “semente” (“tu lhe ferirás o calcanhar”). Desde o primeiro instante da revelação do plano da salvação do homem, é dito que isto não se daria sem um preço a ser pago, que foi a morte de Jesus na cruz do Calvário, o derramamento do Seu precioso sangue (I Pe.1:18,19).

- Revela-se, aqui, então, ao lado da justiça, a misericórdia divina. Ao mesmo tempo em que lança novo juízo sobre o diabo, o Senhor revela a Sua misericórdia para com o homem, mostrando ao inimigo de que, ao contrário do que acontecera com ele, a queda do homem não era definitiva e irreversível, mas, sim, passível de reversão, passível de perdão.

- Não estaria o Senhor sendo injusto, já que permitia o arrependimento ao homem e não ao diabo? De modo algum! O diabo e seus anjos viviam na dimensão eterna, tinham pleno acesso à glória divina e, por habitarem a eternidade, somente poderiam fazer uso do livre-arbítrio uma única vez. Na eternidade, não há possibilidade de alteração de decisão. O homem, no entanto, estava na dimensão terrena, habitava o jardim do Éden, que fica na Terra, e sua existência eterna dependia do acesso à árvore da vida. Portanto, enquanto não passasse para a dimensão eterna, poderia, sim, alterar a sua decisão no que concerne ao seu relacionamento com Deus e, por causa disso, havia a possibilidade de se arrepender e de se converter. Para situações distintas, soluções igualmente distintas.

- O Senhor, então, faz mostrar a Satanás que, ao contrário do que ele havia pensado, sua ação não representara nenhum malogro no plano divino mas, pelo contrário, era mais um fracasso da parte do adversário que, pensando ter dado à humanidade o seu mesmo triste fim, haveria de contemplar a redenção do ser humano por meio da “semente da mulher”.

- Depois de Se dirigir à serpente, o Senhor, então, Se dirige à mulher, que fora o pivô da queda da humanidade. O Senhor diz à mulher que seria multiplicada grandemente a sua dor e a sua conceição, e teria filhos com dor, sendo que o seu desejo seria para o seu marido e ele o dominaria (Gn.3:16).

- Temos, pois, um tríplice juízo. Por primeiro, a mulher passaria a ter grande multiplicação de dor. Já tivemos ocasião de, na lição anterior, observar que a mulher foi feita um ser muito mais sensível que o homem. Em virtude do desordenamento provocado pelo pecado, esta sensibilidade se traduziria em maior sofrimento. Esta multiplicação da dor não diz respeito apenas à dor física, mas, também, às dores emocionais, ao sofrimento. Por ter mais aguçada sensibilidade, a mulher sofre mais que o homem, o que é terrível num mundo onde temos aflições (Jo.16:33).

- Por segundo, a mulher passaria a ter dores quando tivesse filhos. Sua conceição seria dolorida e vemos aqui todo o sofrimento físico e emocional que acompanha a mulher seja quando de sua menstruação, seja quando de sua gravidez e parto. Todas as alterações físicas e psicológicas que decorrem da preparação do corpo da mulher para a reprodução são consequências diretas do juízo decorrente da entrada do pecado no mundo. A maternidade, que é o momento mais sublime da mulher, a sua completa realização, seria acompanhada de sofrimento.

- Alguns procuram ver nesta passagem uma demonstração bíblica de que homem e mulher tiveram filhos no jardim do Éden, o que se confirmaria pelo fato de que passaram ali um período indeterminado de tempo e, ante a ordem da procriação, não haveria como eles, em plena comunhão com Deus, não terem cumprido o mandamento divino.

- Trata-se, sem dúvida, de uma interpretação razoável do texto, mas é questão que não se soluciona, de modo que devemos deixar em aberto a mesma, já que também razoável a opinião divergente de que não tinham tido eles filhos ainda à época da queda.

- O que se deve evitar, porém, por não haver qualquer respaldo bíblico é de que estariam eles impedidos de manter relacionamento sexual, por ser tal pecaminoso, como defendem alguns hereges, como os adeptos do já falecido Reverendo Moon, já que Deus ordenara a procriação, que se daria, necessariamente, pelo relacionamento íntimo do primeiro casal.

- Por terceiro, a mulher sofreria uma inferioridade social em relação ao homem. O seu desejo seria para o seu marido e ele dominaria sobre ela. Por ter sido corruptora de seu marido, a mulher sofreria, doravante, uma inferioridade social. O homem passaria a dominar sobre a mulher, domínio este que não é decorrência da natureza, mas consequência do pecado. Deus criara homem e mulher iguais, tanto que esta foi tirada da costela daquele, do seu lado, mas, em virtude do papel que tivera de corromper o homem e introduzi-lo, também, no pecado, a mulher passaria a ser inferiorizada pelo homem, uma situação injusta mas que perduraria até a redenção a ser operada pela “semente da mulher”.

- Não é por outro motivo que, na história da humanidade, mesmo em tempos de “feminismo”, a mulher sempre tem mantido uma posição de inferioridade social em relação ao homem, circunstâncias que nem mesmo o “movimento feminista” ou a propalada “emancipação da mulher” pôde reverter, mas, bem ao contrário, mais do que agravou. Com efeito, se a mulher está hoje, notadamente no mundo ocidental, no mercado de trabalho, como deixar de considerar que hoje sãs as mulheres as maiores vítimas do tráfico de pessoas, que supera, e muito, o tráfico de escravos negros? Como deixar de considerar que as mulheres, em todos os países e em todas as funções, ganham menos do que os homens? Como deixar de considerar que as mulheres são tratadas como meras mercadorias e objeto sexual pelos homens?

- Dirige-Se, então, o Senhor ao homem e a ele é dito que, por causa dele, a terra seria amaldiçoada e com dor dela comeria todos os dias da sua vida (Gn.3:17). Tem-se aqui mais uma confirmação a respeito da maldição da criação terrena por causa do homem, que já se delineara com a maldição da serpente. Por ser o mordomo da criação terrena, o erro do homem afetou toda a Terra. A natureza passou a ser hostil em relação a seu mordomo, estabelecendo-se uma concorrência entre o homem e ela. Para que pudesse sobreviver, o homem teria de se voltar contra a natureza e a própria natureza deixaria de estar submissa ao homem, desafiando-lhe.

- Deus fez com que a terra produzisse espinhos e cardos, ou seja, haveria espécies que não trariam qualquer benefício ao homem, mas, antes, atrapalhariam o penoso trabalho que o homem deveria, doravante, empreender para poder sobreviver sobre a face da Terra. Há aqui uma mudança de finalidade e de objetivos em espécies criadas, que, modificadas pelo Senhor, deixaram de contribuir para o bem-estar do homem, mas haveriam de criar obstáculos para que ele conseguisse sobreviver. Não é o que vemos em todos os seres que são nocivos ao homem, que lhe causam doenças e enfermidades, como também prejudicam os alimentos que cultiva?

- Por causa desta maldição, o equilíbrio que existia entre o homem e a natureza foi rompido e o homem, sob o domínio do pecado, acabou por agir na natureza visando a satisfação de sua concupiscência e aí temos o início dos sucessivos ataques humanos contra o meio-ambiente que, em nossos dias, atingiu níveis tais que comprometem a própria existência da vida em nosso planeta, a degradação ambiental que se tem procurado diminuir e reverter sem grandes progressos até o momento.

- Manteve o Senhor a dieta vegetariana do homem, dizendo que ele deveria comer da erva do campo (Gn.3:18b), mas, também, alterou a qualidade do trabalho, tornando-o penoso e necessário para a sobrevivência.

- Vemos aqui, então, que o pecado distorceu a imagem e semelhança de Deus. Se o trabalho era prazeroso e dignificava o homem, agora, com o pecado, passou a ser penoso e necessário para a sobrevivência. O trabalho agora não representava apenas uma imagem e semelhança de Deus, uma demonstração de criatividade, uma cooperação na sustentação da criação terrena, mas passou a ser uma necessidade para sobreviver. Se o homem não trabalhasse, não poderia comer, não poderia sobreviver (Cf. II Ts.3:10). O homem passou, então, a empreender uma luta contra a natureza para poder se manter vivo.

- Esta luta, porém, seria inglória, pois o Senhor também decretou ao ser humano como consequência do pecado a “morte física”, ou seja, a separação do corpo do homem interior (alma e espírito). O Senhor disse que, como o homem era pó da terra, teria de voltar à terra. Não mais haveria a manutenção do corpo em constante regeneração como ocorria até então. O corpo haveria de se corromper, e, apesar de toda a luta contra a natureza para a sobrevivência, chegaria o instante em que o homem voltaria ao pó da terra, seu corpo se desfaria.

- Deus, então, estabelece um limite para a peregrinação do homem sobre a face da Terra, um tempo para que pudesse se arrepender e, mediante a ação da “semente da mulher”, retornasse à comunhão com Ele. Este tempo se iniciou para Adão a partir da queda, e foi de 930 anos (Gn.5:5), que é o tempo de vida de Adão, APÓS a queda. E, desde então, está determinado aos homens morrer uma só vez, vindo depois o juízo (Hb.9:27).

- Tem-se aqui um juízo estabelecido por Deus aos homens por causa do pecado, algo que não é próprio da natureza humana, mas consequência da transgressão ao mandamento divino e, por isso mesmo, algo que pode ser excepcionado por Deus, sem que isto represente qualquer acepção de pessoas, pois o homem não foi feito para morrer fisicamente. Por isso, o Senhor, sem deixar de ser justo e imparcial, livrou da morte a Enoque (Gn.5:24; Hb.11:5) e a Elias (II Rs.2:11) e o fará com os integrantes da Igreja que estiverem vivos no dia do arrebatamento (I Co.15:51; I Ts.4:17).

- Depois deste juízo, é dito que Adão chamou à sua mulher pelo nome de “Eva”, que significa “mãe da vida” (Gn.3:20). Esta atitude de Adão consubstanciava a perda da unidade do homem com a mulher e destes com Deus, porquanto agora não podiam ambos ser chamados do mesmo nome, sendo, então, dado um outro nome à mulher. Era a consolidação da perda da igualdade , harmonia e comunhão entre homem e mulher, o que somente seria restabelecido por Jesus Cristo, que restaurou a dignidade da mulher.

- Mas a aplicação dos juízos divinos não veio divorciada da misericórdia. Além da promessa da redenção por meio da “semente da mulher”, o Senhor providenciou túnicas de peles para o primeiro casal para vesti-los (Gn.3:21).

- Este gesto divino apresenta-nos importantíssimas lições. A primeira é a de que o homem nada pode fazer para remediar o seu estado pecaminoso. A única coisa que o homem havia feito para “dar um jeito” na sua situação após o pecado fora coser folhas de figueira para lhe servir de aventais, o que era totalmente inapropriado. Deus substitui estes aventais por túnicas de peles. O homem nada pode fazer para se salvar, para superar a situação exsurgida com a prática do pecado, a não ser confessar e pedir perdão ao Senhor.

- A segunda lição é a de que o pecado gera a morte. Para que houvesse vestimentas dignas desse nome, o Senhor teve que matar um animal para que dele se fizessem túnicas de pele. Não é dito que animal tenha sido este, mas a tradição judaica e a maior parte dos estudiosos das Escrituras entende que este animal tenha sido um cordeiro.

- A terceira lição é a de que a solução para o pecado dependia do derramamento de sangue. Como diz o escritor aos hebreus: “…sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb.9:22b). O sangue representa a vida (Gn.9:4) e, com este gesto, o Senhor já deixa claro que o preço a ser pago pela salvação da humanidade, pela sua redenção, pelo restabelecimento da comunhão com Deus seria o preço de sangue, seria uma vida humana, a vida da “semente da mulher”. Inicia-se aqui o que se costuma dizer do “rastro de sangue da Bíblia”, que vai até o derramamento do sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, na cruz do Calvário.

- A quarta lição é a de que somente Deus pode dar fim à nudez espiritual do homem. Aquelas túnicas de pele, embora fossem vestimentas físicas, simbolizavam a necessidade de haver novas vestes espirituais para o homem que se encontrava nu. Estas vestes, que são as vestes de salvação, somente poderiam ser fornecidas por Deus (Is.61:10; Cl.3:10; Ap.3:5,18; 7:13,14; 16:15).

- Em mais uma demonstração de misericórdia, o Senhor impediu o acesso do primeiro casal à árvore da vida, expulsou ambos do jardim do Éden, pondo querubins ao oriente do jardim e uma espada inflamada que andava ao redor para guardar o caminho da árvore da vida (Gn.3:22-24).

- Como podemos dizer que a expulsão do casal do jardim do Éden e a proibição de acesso à árvore da vida seja uma demonstração de misericórdia de Deus e não um juízo? O acesso à árvore da vida representaria para o homem a irreversibilidade de sua condição pecaminosa. Caso tivesse acesso à árvore da vida, o homem, agora em pecado, jamais poderia se arrepender e tornar a ter comunhão com Deus. Deus queria manter a oportunidade de arrependimento para o homem e, portanto, impediu o primeiro casal de ter novamente acesso à árvore da vida, a fim de que, no tempo que ainda tivesse de vida, pudesse confessar e deixar o pecado e alcançar a salvação pela fé na vinda da “semente da mulher” cuja vinda havia sido solenemente prometida.

- Por isso, o Senhor destaca querubins, os anjos do mesmo “status” do adversário, que estavam diante da glória de Deus, para esta função, bem assim uma “espada inflamada” que andava ao redor. Estes dois elementos demonstraram a separação havida entre Deus e o homem por causa do pecado e a impossibilidade de o homem, por si só, ter acesso ao Senhor e à comunhão eterna com Ele.

- Não é à toa que, quando o Senhor manda Moisés construir o tabernáculo, manda que a arca, que simbolizava a presença de Deus, fosse separada por um véu e não fosse sequer contemplada pelos israelitas, arca que possuía em sua tampa a imagem de dois querubins, que cobriam toda a arca, a lembrar esta proibição de acesso à árvore da vida, a mostrar que a lei não conseguira retirar o pecado do mundo.

- A espada inflamada também nos faz lembrar da Palavra de Deus que também há de julgar e condenar todos os que não crerem na “semente da mulher” no dia do juízo final (Cf. Jo.12:48).

- O que se fez do jardim do Éden? A Bíblia é silente a respeito, mas entendem alguns que o jardim existiu até o dilúvio, quando, então, foi destruído.

- Adão e Eva saíram do jardim do Éden e foram, então, lavrar a terra de onde haviam sido tomados (Gn.3:23) e teve, assim, início a dispensação da consciência, cujo desdobramento passaremos a analisar a partir da próxima lição.

Caramuru Afonso Francisco

 

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