sábado, 28 de janeiro de 2017

0 REFLEXÃO BÍBLICA –É Hora de IMPACTAR essa Geração




Porque Davi, na verdade, havendo servido a sua própria geração pela vontade de Deus, dormiu e foi depositado junto a seus pais e experimentou corrupção. (Atos 13.36)

Fiquei muito maravilhado quando eu soube da iniciativa da liderança da mocidade da Assembleia de Deus (Ministério Belém/ SEDE) em promover o congresso IMPACTAR para a nossa juventude. Como qualquer assembleiano é o desejo do meu coração que nossa mocidade possa realmente ser um referencial para essa geração e que muitos frutos sejam colhidos através dessas vidas impactadas.

   Lendo a Bíblia nós encontramos a receita completa para que uma juventude, e não somente ela, mas todo crente possa ser um diferencial na sua geração e impactá-la positivamente, promovendo mudanças sociais, políticas, culturais e acima de tudo espirituais.

1.  O exemplo de José – José foi um marco na sua época. Separado por Deus para uma obra especial (assim como você meu jovem), ele não fez concessões ao pecado de maneira nenhuma, mas honrou o nome de Deus aonde ia sendo levado. Mesmo vendido pelos seus irmãos, o nosso mancebo José manteve-se fiel aquele que o chamou, tonando-se um exemplo de vida a ser seguido não somente por jovens, mas por todo aquele que quer impactar a sua geração.

2.  Daniel – Conhecendo a história desse jovem dispensa comentários acerca dele. Levado para a Babilônia na 1ª diáspora Daniel assentou no seu coração o firme desejo de adorar, servir e temer somente a seu Deus, fosse qual fosse o preço.

Quando apresentado às iguarias do palácio, ao invés de ver ali uma oportunidade de sentar-se à mesa de Nabucodonosor e aproveitar o máximo, esse guerreiro jovem disse no seu coração: Daniel 1:8 – “E Daniel assentou-se no seu coração NÃO se contaminar com a porção do MANJAR do REI”.

Isso é exemplo de vida que pode provocar mudanças RADICAIS em sua geração. Porque não adianta ajuntar multidões, promover um ecumenismo disfarçado em nome de Deus, ir com camisas com dizeres bíblicos etc. se não houver mudanças internas e externas na vida da juventude. Acho que se for para promover um encontro no qual aflorará ainda mais a carnalidade, a falta de compromisso com Deus; enquanto as mensagens massageiam o ego das multidões, acho que estamos perdendo tempo e dinheiro.

Deve-se impactar a sua geração é com testemunho cristão, obediência aos pais e a liderança, namoro sadio e perspectiva de um casamento cristão e vida de irrestrita obediência à palavra de Deus. O RESTO É BALELA!

3.  Sadraque, Mesaque e Abedenego – Fico sem palavras quando leio a história de intrepidez, valentia, honra a Deus e desprendimento da própria vida que esses três jovens mostraram; quando confrontados com o perigo real. Diante daquela imagem, ao invés de curvar-se e adorar, nossos três guerreiros, disseram com intrepidez: “Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro duma fornalha de fogo ardente; e quem é esse deus que vos poderá livrar das minhas mãos? Responderam Sadraque, Mesaque e Abedenego, e disseram ao rei: Nabucodonosor, não necessitamos de te responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus a quem nós servimos pode nos livrar da fornalha de fogo ardente; e ele nos livrará da tua mão, ó rei. Mas se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste”. (Daniel 3.15-18).

José não cedeu ao pecado mesmo quando escravo, acusado de tentativa de estupro contra a sua senhora, confrontado com a mulher de Potifar “nua” à sua frente; ele preferiu fugir ao invés de pecar.

Daniel quando colocado diante de todas as regalias da Babilônia não cedeu um milímetro, mas preferiu alimentar-se com legumes a desobedecer ao seu Deus.

Sadraque, Mesaque e Abedenego preferiram oferecer suas vidas em sacrifício a desobedecer ao seu Deus e adorar imagens de esculturas.
Isso sim são exemplos de jovens que IMPACTARAM suas gerações e devem ser copiados por nós, se quisermos de igual maneira ser um diferencial nesse mundo perdido e corrompido pelo pecado.

     Bom final de semana a todos,

                   João Augusto de Oliveira


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

0 REFLEXÃO BÍBLICA – O batismo no Espírito Santo e os Dons espirituais cessaram na época dos apóstolos?






Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos pertence a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus chamar (Atos 2.38-39)

INTRODUÇÃO – Tenho muito respeito pelas diferenças doutrinárias sadias que existem no meio cristão evangélico, algumas dessas perduram desde a época da REFORMA e acredito que durarão até que Jesus volte. Acho que podemos ter diferenças de opiniões e conviver alegre e respeitosamente, desde que isso não torne-se um empecilho à nossa comunhão em Cristo. Questões como Eleição Incondicional X Livre Arbítrio; Arrebatamento Pré, Midi ou Pós Tribulacionista; Tricotomia X Dicotomia Humana, etc. são apenas alguns exemplos de diferenças doutrinárias que existem, mas que repito não podem e não devem nos dividir (egoisticamente) a ponto de afetar a nossa comunhão em Cristo.

Assim observando chegamos ao Cessacionismo X Continuismo que torna-se outro ponto fundamental de discordância entre alguns cristãos TRADICIONAIS e PENTECOSTAIS. Os primeiros acreditam que o Batismo no Espírito Santo e os Dons Espirituais cessaram na época dos apóstolos, logo após a conclusão do CÂNON do Novo Testamento; os segundos acreditam que esses DONS continuarão até que Jesus volte a buscar a sua Igreja da terra.

Nesse singelo comentário eu gostaria de apresentar uma APOLOGIA ao continuísmo, pois acredito firmemente que esses DONS assim como o próprio Batismo no Espírito Santo, com a evidência de falar em outras línguas são uma marca da Igreja e que assim continuarão com ela até que como disse o apóstolo Paulo “...havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado”.(1 Coríntios 13.8-10).

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E OS DONS ESPIRITUAIS

Desde os tempos mais remotos da humanidade, o Senhor Deus havia prometido um grande derramamento do Espírito Santo sobre a sua Igreja, derramamento esse que se evidenciaria por um maior apego à Palavra (ESCRITURAS SAGRADAS), à santidade e a convicção do senhorio de Deus sobre a vida humana. NO entanto, esse mesmo derramamento tem ainda uma segunda evidência que são as visões, profecias, sonhos etc. (Is 32.15; 44.3; Jo 2.28,29; Is 59.19-21).

     Com o passar dos anos essa promessa foi sendo relembrada através dos profetas até o período Inter bíblico, onde por aproximadamente 400 anos não houve manifestação ou visões de Deus através de profetas.

    Chegamos então ao Novo Testamento quando de acordo com os relatos de Mateus, Lucas e João (EVANGELHOS SINÓTICOS) Deus revela-se a Maria de Nazaré (Mãe de Jesus) e a Isabel e Zacarias (O SACERDOTE) revela-lhes que serão país de filhos, cujos destinos mudaria para sempre os rumos da humanidade como eles a conheciam. Essas crianças receberam os nomes de João (O BATISTA) e Jesus (Yehowah é salvação) e a partir de então, novamente a promessa de Deus concernente a doação voluntária de seus Dons e do Batismo com o Espírito Santo foram sistematicamente relembrados aos discípulos de ambos (JESUS E JOÃO BATISTA). “Eu, em verdade, vos batizo com água, para arrependimento; mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” – (Mateus 3.11 / King James Version).

O BATISMO COM ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO

     Encontramos uma ação sobrenatural e clara do Espírito Santo no Antigo Testamento desde o Livro de Gênesis até o profeta Malaquias (Tradução Brasileira). Ele é Criador junto com o Pai e o Filho, ajudador dos profetas, enche os heróis da Bíblia (Davi, Sansão, Gideão etc.) para vencer as batalhas e muito mais. Mas batizando crentes com a evidência de falar em outras línguas não, isso nós não o encontramos fazendo. Donde podemos concluir que a benção do Batismo com o Espírito Santo (COM EVIDÊNCIA DE FALAR EM LÍNGUAS) é uma benção exclusivamente neotestamentário de acordo com o que está registrado em Atos dos Apóstolos capítulo 2. “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem (Atos 2.1-4).

OS DONS ESPIRITUAIS NO ANTIGO TESTAMENTO

    Já quanto aos Dons Espirituais sim, os encontramos desde o Antigo Testamento na vida de profetas que usados por Deus fizeram proezas em favor da causa do Senhor. Assim como também vemos no Egito a mão de Deus operar poderosamente e favor de Israel, realizando sinais e grandes maravilhas a fim de mostrar o seu poder e tirar o seu povo da escravidão.

    Lógico que essas manifestações ainda não tinham recebido o nome de DONS ESPIRITUAIS conforme os conhecemos no Novo Testamento, através das cartas de Paulo, principalmente da sua 1ª Epístola aos Coríntios. Mas isso não desabona o caráter sobrenatural dessas manifestações, nem tampouco permite que desacreditemos delas. Pois basta uma lida simples no Antigo Testamento e está lá, a história de um Deus que chamou, libertou, purificou e guiou o seu povo através do SOBRENATURAL.

O BATISMO COM O ESPIRITO SANTO E OS DONS NO NOVO TESTAMENTO

  Com a subida de Jesus aos céus (quarenta dias após a ressurreição) e passando mais dez dias, o que totalizava (50 dias) após a festa da Pascoa chega então o dia esperado pelos judeus, o PENTECOSTES, uma das festas mais importantes do calendário judaico.

     Nesse dia então Jerusalém está apinhada de gente de várias nações celebrando esse evento histórico, enquanto isso no Cenáculo aproximadamente 120 crentes oravam buscando o cumprimento das promessas dos profetas e do próprio Senhor Jesus. Quando de repente ouve-se um barulho estrondoso (como som de um vento VEEMENTE E IMPETUOSO) e veem-se literalmente Línguas de Fogo pousar sobre a cabeça daqueles que aguardavam a promessa (GLÓRIA A DEUS!!!).

     O que acontece na sequência é indizível, quase indescritível eu diria. Lucas tenta narrar, mas acredita que as palavras não conseguem expressar fidedignamente o que houve ali. Homens e mulheres de repente são tomados de assalto pelo poder de Deus e começam a falar em Línguas nunca aprendidas e a promover um barulho tal que a festa do PENTECOSTES foi interrompida e milhares correram para ver o que estava acontecendo ali.

   Naquele momento os discípulos (muitos deles iletrados) começaram a falar em diversos idiomas que nunca haviam estudado e alguns outros totalmente desconhecidos dos povos (LÍNGUAS ESTRANHAS).

     Daquele dia em diante a História da Igreja mudou, pois o Espírito começa a operar neles e por eles com manifestações de sinais, prodígios, profecias, línguas, interpretações etc. E milhares convertiam-se a Cristo e à medida que iam se convertendo também recebiam os mesmos Dons, provando claramente o que Pedro dissera no seu discurso no Cenáculo (Atos 2.39).

O BATISMO E OS DONS CESSARAM COM O FIM DA ERA APOSTÓLICA E A FORMAÇÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO?

Não! Definitivamente não há nenhuma base bíblica seja no Antigo ou Novo Testamento que sugira a ideia de que os Dons Espirituais assim como o Batismo no Espírito Santo tenham cessado com o fim da era apostólica e a composição final do Cânon do Novo Testamento.

    Pelo contrário, o testemunho das Escrituras e da História dão conta da continuidade desses Dons, senão vejamos o que a Bíblia nos diz acerca desse assunto:

  • Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. (Atos 2:39)
  • E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
    Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. (Marcos 16:17,18)
  • Portanto, meus irmãos, busquem com dedicação o profetizar e não proíbam o falar em línguas. Mas tudo deve ser feito com decência e ordem.  (1 Coríntios 14:39-40)
  • Quem fala em língua a si mesmo se edifica, mas quem profetiza edifica a igreja. Gostaria que todos vocês falassem em línguas, mas prefiro que profetizem. Quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que as interprete, para que a igreja seja edificada.  (1 Coríntios 14:4-5)
  • E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra.
    E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios.
    Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus.
    Respondeu, então, Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?
    E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias. (Atos 10:44-48)
  • perguntou-lhes: Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes? Responderam-lhe eles: Não, nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo. Tornou-lhes ele: Em que fostes batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo respondeu: João administrou o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que após ele havia de vir, isto é, em Jesus. Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e profetizavam. (Atos 19.2-7)

Eis um rápido testemunho das Escrituras dando-nos conta de que Deus jamais teve a intenção de que esses DONS durassem apenas um curto período e depois paulatinamente se apagassem da Igreja, semelhante a uma brasa acesa por um pouco de tempo para depois se transformar em cinzas.

Alguns de nossos irmãos desavisados fazem uma exegese “FALHA” de alguns versículos da Bíblia para apoiar a sua teoria de que hoje o MOVIMENTO PENTECOSTAL (que teve seu nascedouro no dia de Pentecostes) não é bíblico. Interessante que até mesmo os versículos que alguns usam para refutar o MOVIMENTO PENTECOSTAL acabam testificando contra eles mesmos, senão vejamos:

  • Porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado (I Coríntios 13.9-10)

Esse é um dos versículos chave que nossos irmãos cessacionistas usam para afirmar que Deus permitiu milagres e Dons na Igreja até que findasse a era apostólica e se completasse o Cânon do Novo Testamento, mas que quando “viesse o que é perfeito” (A FORMAÇÃO DO CÂNON) o que era em parte (OS DONS) seriam aniquilados.

     Será mesmo que a Bíblia está falando sobre isso? Será que Paulo tinha isso em mente quando escreveu essa missiva aos crentes de Corinto?

Leiamos o que diz o contexto desse versículo para que tenhamos uma visão geral:

  • Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.   E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.   

    O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;  não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;   tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 

    O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;  porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos;  mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.  Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.  Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.  Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor. (I Coríntios 13.1-3)

Lendo todo esse texto percebemos claramente a intenção de Paulo que ao advertir os crentes a buscar os Dons, orienta a não apegar-se a eles como se fossem a coisa mais importante de suas vidas, pois ainda que belos e lindos, todos um dia cessariam.

Paulo diz bem claro que “agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.  Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”. Quando estivermos no céu (o que é perfeito), então o que é em parte (OS DONS) cessarão, pois lá na presença de Deus (FACE A FACE) não haverá mais a necessidade de profecias, dom da ciência, dom de milagres, curas etc. Pois estaremos vivendo a perfeição da eternidade, onde todas as nossas perguntas serão respondidas e todos os nossos anseios serão alcançados. Ali diz Paulo que não haverá mais a necessidade de Dons.   A Bíblia não admite a hipótese que Paulo estivesse dizendo aos crentes coríntios que brevemente esses Dons acabariam na Igreja, pois se assim o fizesse estaria entrando em contradição com vários textos, sendo alguns de sua própria autoria:

  • Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar. (Atos 2:39)
  • E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
    Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porãoas mãos sobre os enfermos, e os curarão. (Marcos 16:17,18)
  • Portanto, meus irmãos, busquem com dedicação o profetizar e não proíbam o falar em línguas. Mas tudo deve ser feito com decência e ordem.  (1 Coríntios 14:39-40)

Observem os irmãos o que Pedro diz no seu discurso do Cenáculo, quando interrogado pelos judeus:

  • A promessa diz respeito a vós – os judeus presentes na ocasião.
  • A vossos filhos – dos judeus.
  • Aos que estão longe – Todos os judeus descendência de Abraão que atendam o chamado para crer em o nome de Jesus devem ser contemplados com esses Dons, mesmo os dispersos em terras distantes.
  • A tantos quantos Deus nosso Senhor chamar – sejam judeus ou gentios, qualquer que atender ao chamado do Evangelho, em qualquer época e lugar (não importa o ano ou o século) deve ser contemplado com esse derramamento poderoso do Espírito Santo.

Pedro não deixa brechas, dúvidas ou incertezas quanto ao recebimento dessa dádiva. Vejamos ainda o que diz o próprio Jesus sobre esse assunto:

  • E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
    Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porãoas mãos sobre os enfermos, e os curarão. (Marcos 16:17,18
  • E estes sinais seguirão – OS DONS seguirão aos que crerem. Não está dizendo em parte alguma que eles cessarão, mas que SEGUIRÃO. Ou seja, enquanto houver pessoas crendo em Jesus os Dons não cessarão.
  • Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
    Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão – Acho que nem preciso falar mais nada, pois o texto fala por si só.

CONCLUSÃO - Qualquer pregação do Evangelho que não prima por essas verdades cristalinas está no mínimo devendo algo às multidões que creem em Cristo.

É impossível ler e interpretar essas e outras inúmeras passagens das Escrituras que falam desse assunto maravilhoso e admitir a hipótese de cessação dos Dons. Existe até um movimento diabólico para DESPENTECOSTALIZAR a Igreja brasileira, alegando que esse movimento não é de Deus. Quero deixar um recado aos nossos queridos irmãos, sim eles são queridos em Cristo, pois são crentes salvos que também creem em Jesus e aguardam a mesma promessa da Vinda de Jesus para busca-los, mas que por razões diversas pensam de maneira diferente de nós (PENTECOSTAIS).

Ouçam meus queridos o meu conselho: Eu entendo perfeitamente que você pense diferente, interprete diferente e até ensine diferente à sua Igreja, mas cuidado ao zombar e perseguir o MOVIMENTO PENTECOSTAL pois ele é de Deus, é bíblico e tem total apoio do testemunho do Espírito Santo ao longo desses dois mil anos de cristianismo. Pois fazendo isso você corre um grande RISCO estar lutando contra o próprio Deus, uma luta que cá entre nós, não tem como ganhar.

  • Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que, por um pouco, levassem para fora os apóstolos; e disse-lhes:

    Varões israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens. Porque, antes destes dias, levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.

    E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus” (Atos 5.34-39)

Em Cristo,

         João Augusto de Oliveira



 

    






quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

0 REFLEXÃO BIBLÍCA – Minhas dores e a providência de Deus





Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos; pois nós, que vivemos, estamos sempre entregues morte por amor de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal (II Coríntios 4.8-11 / ARA)

     Dia desses um amigo me fez uma pergunta que me fez refletir, logo após ter lhe dado uma resposta. Ele queria saber se eu tinha sofrimentos na minha caminhada cristã, dores por seguir a Cristo ou problemas por falar a verdade. Ao que lhe respondi: Claro que sim meu amigo. Como todo seguidor de Cristo tenho meus altos e baixos, minhas dores guardadas e problemas não resolvidos.

     Ele olhou perplexo para mim e disse: Puxa! Nem parece, pois você não demonstra. Aprendeu a esconder seus sentimentos muito bem – disse ele, eu gostaria de fazer isso.

     Após esse amigo ir embora eu fiquei a pensar no que ele disse e cheguei a um consenso comigo mesmo: Não, eu não aprendi a esconder meus sentimentos nem tampouco a reprimi-los, E SIM eu tenho problemas como todo mundo. Talvez até mais do que alguns e menos do que outros, eu diria. Se fosse lhes contar aqui acredito que os faria chorar, mas não é esse o meu intuito, pois o que aprendi na verdade é que eu sirvo a um Deus que é maior do que os meu problemas e que a esperança na vitória que esse Deus pode me dar, faz com que eu descanse em paz e não viva aos prantos.

SIM EU TENHO DORES – Enormes, lancinantes, algumas inexplicáveis e causadas por pessoas que tanto amo e confiei, mas por razões que desconheço resolveram me trair e causaram-me feridas na alma que sangram dia e noite. Mas quando penso em Jesus na cruz; carregando-a até o Calvário, lavado de sangue, coroado de espinhos, pregado injustamente no madeiro e o melhor – sem dizer uma palavra de protesto, minha dor desaparece.

SIM EU TENHO MEDOS – Quem não tem medo em um mundo de tanta violência, brutalidades, discórdias, guerras, instabilidades, etc.? Lembro-me então que meu Senhor diz 365 vezes na Bíblia, uma para cada dia do ano NÃO TEMAS!

SIM EU AS VEZES SINTO-ME SÓ – Não tenho vergonha de lhes dizer que as vezes sinto uma solidão avassaladora, um vazio profundo na alma e uma tristeza de cortar o coração. Deve ser saudades do meu lar (O CÉU), vontade de ir pra casa.

SIM EU TENHO TENTAÇÕES – Quem nesse mundo caído e mergulhado no pecado não as têm? Quem pode servir a Cristo e não ser tentado a tantas coisas? Sentimento de orgulho, avareza, impurezas, vangloria etc.? Atire a primeira pedra que não as tem! Mas alegro-me quando a Bíblia diz que ninguém será tentado mais do que pode suportar e que com a tentação, o próprio Deus mostrará uma maneira de fugir dela (I Coríntios 10.13)- ME ACALMO.

SIM EU TENHO PERGUNTAS SEM RESPOSTA – Milhares de perguntas passam pela minha mente todos os dias e acreditem, não tenho resposta para 25% delas. Perguntas de cunho pessoal, familiar, profissional, bíblico etc. Mas de repente o Espírito Santo me lembra que meu Deus tem resposta para todas as minhas perguntas. GRAÇAS A DEUS.

MAS UMA COISA EU SEI – É que não estou só nessa batalha, pois os maiores heróis do cristianismo (vetero e neotestamentário) também tiveram seus conflitos, sejam internos ou externos.

     Somente para citar alguns exemplos vejamos o caso do profeta Elias no Antigo Testamento, pois em determinado momento da vida chegou até mesmo a pedir a morte ( II Reis 19.4 - Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais); ou porque não lembrar do próprio Mestre Jesus que em agonia no Monte das Oliveiras suou grandes gotas de sangue (Lucas 22.44 - E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão); e não devíamos esquecer do apóstolo Paulo que sofreu inúmeras provas e decepções por causa do evangelho, mas ao invés de desanimar ou querer desistir leiam o que ele diz:

·        Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos; pois nós, que vivemos, estamos sempre entregues morte por amor de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal (II Coríntios 4.8-11 / ARA)

·        Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada (Romanos 8.18 / ARA)

·        Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus (Filipenses 3.13-14)

Se esses grandes guerreiros e tantas outras centenas que não citei aqui, foram perseguidos (até mesmo pelos seus irmãos), injustiçados, feridos, traídos, tentados, provados, cerrados ao meio, tiveram as cabeças decepadas, foram queimados, vendidos (pelos irmãos e amigos mais íntimos) o que esperaria eu? Regalias? Bonanças? Só alegrias? Seria eu melhor do que eles para passar por esse mundo sem sofrer?

     Porém uma coisa eu sei e é que o mesmo Deus que fez justiça a eles será o meu defensor, o mesmo Deus que sarou as suas dores curará as minhas, o mesmo Deus que foi com eles até a prisão e a morte será comigo e o mesmo Deus que os recebeu nos céus de glória de braços abertos, receberá também a mim quando chegar a hora.

    Glória pois a esse Deus hoje e no dia eterno!

             João Augusto de Oliveira
       



sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

0 Por Que Eu Deixei de Ser Calvinista (Parte 5): Uma Cristologia Deformada





Postarei para a edificação do povo de Deus uma série de cinco estudos bíblicos sobre o risco do calvinismo exacerbado, no que concerne a soteriologia bíblica. Claro que não concordo com Armínio em 100% nem com Calvino na mesma proporção, mas acredito que a interpretação arminiana no que concerne a salvação, eleição, predestinação e depravação total da raça humana é mais bíblica e aceitável do que a calvinista.
     Esta é a 5ª e última postagem desta série; estudem com calma e tirem suas conclusões. Esse estudo não é de minha autoria, por isso estou citando as devidas fontes, como sinal de respeito aos autores.
   João Augusto de Oliveira




Uma Cristologia Deformada

Ao mesmo tempo em que minha esposa e eu começamos a questionar o Monergismo, começamos a nos interessar pelos antigos concílios ecumênicos da igreja. Nós ficamos fascinados em aprender que o Sexto Concílio Ecumênico (680-681) forneceu a estrutura para o entendimento da relação entre o humano e o divino enquanto rejeitou as heresias do Monoenergismo e Monotelismo.

Os Monotelistas declaravam que enquanto Cristo possuía duas naturezas, Ele possuía apenas uma vontade. Os Monoenergistas, por outro lado, mantinham que Cristo era movido por apenas uma ‘energia’.

Levando em conta que essas duas posições minavam a Cristologia Calcedoniana por implicar o Monofisismo (a crença que Cristo tem somente uma natureza divina e não uma humana, a qual seria uma espécie de Docetismo), o Sexto Concílio Ecumênico (680-681) condenou ambas posições.

Embasado na teologia de Máximo, o Confessor, (580-662), o concílio forneceu uma estrutura para o entendimento da relação entre o humano e o divino, e por extensão, entre o espiritual e o material.

Contra os Monoenergistas, os Cristãos Ortodoxos da Calcedônia afirmaram que Jesus agia por intermédio de duas energias: a divina e a humana. Contra os Monotelistas, eles sustentaram que se Cristo era verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, então ele deveria ter duas vontades: uma humana e uma divina. As duas vontades trabalham juntas sinergisticamente, assim como os seres humanos são chamados a cooperar em sua vontade humana com as energias de Deus. Desta forma, a doutrina firmada pelo Sexto Concílio Ecumênico ficou conhecida como Dioenergismo, significando “duas energias”.

Você deve estar se perguntando o que  todas essas coisas tem a ver com o Calvinismo. Eu confesso que levamos muito tempo para ligar os pontos devido às profundas heresias Calvinistas estarem enraizadas em nossa mente. Entretanto, enquanto ainda estávamos presentes em nossa igreja Calvinista, minha esposa e eu começamos a pensar sobre as implicações soteriológicas do Sexto Concílio Ecumênico. Percebemos que o Monergismo do Calvinismo parecia ser dirigido por muitos dos mesmos interesses que moviam os antigos Monoenergistas, pois ambos tendiam a tratar as duas naturezas, divina e humana, como se elas fossem duas partes em um jogo de soma zero.

O Monergismo soteriológico, não menos do que a heresia do Monoenergismo, vê as naturezas divina e humana competindo pelo mesmo espaço, e ambas querem dar à divina todos os pedaços do bolo.

Isso se torna mais claro quando identificamos a questão crucial que o Calvinismo parece nunca enfrentar diretamente, ou seja, se a vontade humana de Cristo foi predestinada a obedecer o Pai, ou se Sua vontade humana permanecia isenta da predestinação aplicada ao resto da raça humana.

Se dissermos que a vontade humana de Cristo estava isenta da predestinação divina, então é difícil evitar a implicação de que deve ter havido um verdadeiro sinergismo não-monergistico e cooperação entre as vontades divina e humana de Cristo. Mas neste caso, é igualmente difícil enxergar o motivo pelo qual seria problemático afirmar uma sinergia não-monergística e cooperação similar entre a vontade divina e a vontade humana quando se trata do resto da humanidade, especialmente porque Cristo tipifica a relação apropriada entre a humanidade e a divindade. Dizer que Cristo é isento da predestinação divina também parece sugerir, pelo menos pela implicação, que alguma versão do livre arbítrio libertário pode não ser um conceito intrinsecamente incoerente como os Calvinistas frequentemente querem afirmar.

Por outro lado, se dissermos que a vontade humana de Cristo não estava isenta da predestinação divina, então os resultados são igualmente problemáticos para os Calvinistas. Não me refiro meramente ao problema que nós então teríamos de Cristo predestinando a Si mesmo, embora isso crie um série de problemas espinhosos por si só. Ao invés disso, eu me refiro ao fato de que se a vontade humana de Cristo foi “irresistivelmente” movida pela vontade divina, então segue-se que deve ter havido somente uma energia operativa em Cristo — uma energia divina, não uma energia humana — visto que neste esquema a humanidade de Cristo se torna pouco mais do que uma ferramenta passiva. A razão pela qual nós podemos dizer que a humanidade de Cristo é reduzida a pouco mais do que uma ferramenta passiva, é porque a energia humana de Cristo está englobada, superada, subordinada à energia divina, não porque a vontade humana se rende genuinamente ao divino em um ato de cooperação e sinergia, mas porque tal subordinação é requerida pelos termos da própria predestinação.

Uma vez que você diga que a vontade humana de Cristo estava subordinada e era irresistivelmente movida pela vontade divina, então você essencialmente abraçou o Monotelismo. Pois o que poucos Calvinistas percebem é que o Monotelismo estava mais longe do que meramente uma negação da vontade humana natural em Cristo, visto que alguns Monotelistas estavam até contentes em reconhecer que Cristo tinha duas vontades. Ao contrário, fica claro a partir da obra The Disputation With Pyrrhus de São Máximo, que suas heresias envolviam a noção de que mesmo se Cristo possuísse ambas vontades divina e humana, a vontade humana seria somente um tipo de instrumento que fora usado pela divina em um forma determinada. Conforme Schonborn pontua, o Monotelismo era “caracterizado pela sua incapacidade de ver a impecabilidade de Cristo de outra forma que não uma passiva determinação da natureza divina sobre a natureza humana…”(Schonborn, cited in Farrell, Free Choice in St. Maximus the Confessor, p. 192). Similarmente, quando Tomás de Aquino estava descrevendo a heresia Monotelista em sua Summa Contra Gentiles, ele disse que “eles viam a vontade humana em Cristo inteiramente submetida à vontade divina, para que Cristo não desejasse nada com sua vontade humana, exceto aquilo que a vontade divida  preparasse para ela desejar”.

Como isso sugere, mesmo quando eles permitiam duas vontades, o Monotelismo era caracterizado pela crença de que havia somente uma atividade ou energia operativa em Cristo, visto que a humanidade de Cristo era essencialmente uma ferramente que estava subordinada e determinada pela vontade divina.

Como tal, o Sexto Concílio Ecumênico é tanto uma confissão da necessidade do papel da vontade humana no esquema da salvação quanto é qualquer outra coisa. “Na verdade, alguém poderia dizer que em termos de princípios gerais da doutrina dele [São Máximo] sobre livre escolha, a falta de sinergismo na antropologia teológica ou em soteriologia … implica e pressupõe uma concepção de Cristo inerentemente monotelista em suas dimensões” (Farrell, p. 193).

Segue-se que se a ortodoxia do Sexto Concílio Ecumênico for completamente abraçada, então a realidade do sinergismo soteriológico não pode ser evitada. Significativamente, nem mesmo os pais Calcedônios que as vezes parecem endossar um monotelismo puramente verbal chegaram tão longe ao claro ensino de que a vontade humana é movida pela divina. “…a visão de que o humano é movido pelo divino não é uma característica distinta de Atanásio, Cirilo, ou Leôncio de Jerusalém” (Bathrellos,The Byzantine Christ, p. 93).

É importante que a fim de defender a metafísica da predestinação, o Ocidente Latino muitas vezes flertou nas bordas da Cristologia Monoenergista, como exemplificado na declaração de Anselmo que “a vontade justa que [Cristo] tinha não veio da [Sua] humanidade mas da [Sua] divindade” (cited in Pelikan, The Christian Tradition, p. 117). Ou como o teólogo reformado Lane G. Tipton colocou (sem notar qualquer problema), “O divino e o humano no Deus-homem, portanto, não são em fim iguais… O divino é primário; o humano, enquanto real, é subordinado.”

Os Calvinistas tentarão escapar deste problema afirmando que Cristo tinha tanto a vontade humana quanto a vontade divina, e que a relação entre as duas corre paralela à relação entre a nossa vontade e a vontade divina conforme afirmado pelo Calvinismo histórico. Mas isso é meramente reapresentar o próprio problema, pois o que é a relação entre a vontade divina e a nossa vontade no Calvinismo histórico? Pegue qualquer livro reformado desde as Institutas de Calvino até Chosen by God  (Eleitos de Deus) de Sproul e a resposta é clara: todos os atos justos executados pela vontade humana são apenas possíveis quando a vontade humana é englobada, superada, subordinada, ou predeterminada pela vontade divina.  Novamente, a questão crítica é se essas categorias podem realmente descrever a relação entre a vontade divina de Cristo e a vontade humana de Cristo. O Ocidente Latino geralmente respondeu que elas podem, que Cristo é tipo máximo de predestinação. Como Agostinho ensinou, “A mais clara ilustração da predestinação e da graça é o próprio Salvador…” (cited in Farrell, p. 202). Desta forma, a natureza humana torna-se essencialmente uma ferramenta passiva de Deus. O resultado se assemelha ao tipo de dualismo Apolinariano que, nas palavras de Demetrios Bathrellos, “não podia conceber uma coexistência e cooperação entre as naturezas e vontades divina e humana em Cristo que respeitasse a particularidade e integridade de ambas.”

A noção que a natureza humana de Cristo era um tipo de ferramenta passiva usada por Deus não é peculiar do calvinismo, mas foi a posição tomada por muitos monotelistas, tais como Theodore de Pharan no século VII, que caiu na armadilha de dar ênfase demasiada à hegemonia do divino sobre o humano em Cristo. Conforme Demétrios Bathrellos resumiu a posição de Theodore, “a energia de Cristo é única… sua divindade e sua humanidade tinham uma energia… Cristo tinha uma única vontade, a divina…”(The Byzantine Christ, pp. 69-70). Theodore alcançou essa posição a partir das premissas que Calvinistas (especialmente os da tradição de Jonathan Edwards) tomam como axioma, isto é, “ênfase na iniciativa divina, sobre a completa subordinação do humano ao divino…” Em conjunto com muitos outros Monotelistas do século VII, Theodore de Pharan “atribuiu cada iniciativa ao poder do Logos, e pensou na humanidade de Cristo como um mero veículo por meio do qual os atos são realizados.” Para Theodore, a humanidade de Cristo é um instrumento mais ou menos passivo de sua divindade.” Desta forma, Theodore incitou o que Bathrellos corretamente chamou de “uma sobre-assimétrica ênfase na redenção com trabalho exclusivo de Deus… a vontade de Jesus Cristo é idêntica à vontade divina” (Bathrellos, p. 71).

O que foi deixado de lado por Theodore e pelo Calvinismo é a  afirmação de sinergia entre a vontade humana e a vontade divina, sinergia esta que parece ter sido o entendimento por detrás do veredito do Sexto Concílio Ecumênico. No ensino de São Máximo o Confessor (o principal arquiteto teológico da vindicação de Diotelismo do Sexto Concílio Ecumênico), a vontade humana de Cristo não é determinada pela vontade divina, mas autodeterminada. “Se o Logos não assumiu o poder de autodeterminação da natureza que ele criou, “ou ele condenou sua própria criação com algo que não é bom… ou ele negou-nos a cura da nossa vontade, privando-nos da salvação completa… Maximus repetidamente declarou sua crença que a alma humana não é movida por nada, mas é autodeterminada. Ademais, ele diz em outro lugar que o homem tem, por natureza, “um poder com movimento independente e sem mestre”. Em adição, ele repetidamente caracterizou a vontade humana como autodeterminada. Conforme foi mostrado, para Maximus a vontade humana é caracterizada tão fundamentalmente pela autodeterminação que ela pode ser identificada com isso. O Logos encarnado possui uma vontade humana autodeterminada, o que o faz capaz de desejar como um homem de uma forma autodeterminada, e assim usar o poder de autodeterminação da sua vontade humana. (Bathrellos, The Byzantine Christ, 131 & 166–7 & 169).

Um Calvinista consistente deve negar que a vontade humana possui tal poder de autodeterminação. Dessa forma, a obediência de Cristo ao Pai, ao ponto de morrer, torna-se ou um tipo de dramatização falsificada ou algo atribuído somente à Sua natureza divina. A noção de que a humanidade de Cristo foi simplesmente uma ferramenta passiva surge de vez em quando na polêmica reformada contemporânea. As vezes isso é explícito, como quando o teólogo Calvinista R.C Sproul reduz a humanidade de Cristo a uma mera ferramenta passiva usada por Deus. De acordo com a Cristologia padrão da Calcedônia, não foi uma natureza que sofreu na cruz (divina ou humana), mas uma pessoa divina real: a Palavra; a segunda pessoa da Trindade; o próprio Deus encarnado. Ao contrário, Sproul mantém que a segunda pessoa da Trindade não morreu na cruz. Em seu livro The Truth of the Cross, Sproul condena a declaração “foi a segunda pessoa da Trindade que morreu” e adiciona “Nós devemos sentir-nos horrorizados com a ideia de que Deus realmente morreu na cruz. A expiação foi feita pela natureza humana de Cristo.”

Mas nós não deveríamos ficar horrorizados com a ideia de que Deus realmente morreu na cruz, porque Deus realmente morreu na cruz. A natureza humana em sí não pode sofrer; apenas pessoas podem sofrer, e neste caso foi a pessoa do Deus-homem que sofreu e foi sepultado e ao terceiro dia ressuscitou. Para ser consistente com esta extração do Deus-homem da cruz, Sproul também teria que dizer que Maria não foi realmente portadora de Deus, mas que ela simplesmente deu à luz a uma natureza humana que foi então usada por uma pessoa divina de uma determinada forma.

Essa separação radical da natureza e pessoa, age como um tampão conveniente para Calvinistas modernos separarem Deus da dor do mundo, de modo que a pessoa do Verbo não experimentou realmente a humilhação na cruz, apenas uma “natureza humana abstrata.” O escândalo da encarnação e crucificação que criou tanto desconforto para os gnósticos é igualmente difícil para os Calvinistas de hoje. Os gnósticos tentaram resolver o problema com um Docetismo que separava Cristo da materialidade, enquanto os calvinistas na tradição de Sproul tentam resolver o problema por um cripto-Nestorianismo que sequestra a segunda pessoa da Trindade de Sua natureza humana passando por nascimento e morte (como diz Sproul, “a morte é algo que só pode ser experimentada pela natureza humana …”). No entanto, separar a natureza humana de Cristo da pessoa divina, de modo que os atos centrais da encarnação podem ser ditos do primeiro sem tocar o último, nega a afirmação explícita de o Credo Niceno que Ele era “verdadeiro Deus de verdadeiro Deus”, que foi crucificado, sofreu e foi sepultado. O Concílio de Constantinopla, foi ainda mais explícito em afirmar que Ele era “verdadeiro Deus, Senhor da Glória e Um da Santíssima Trindade”, que nasceu e morreu na cruz. Essencialmente, este tipo de Calvinismo transforma a humanidade de Cristo em uma mera ferramenta passiva. Por trás disso está o recorrente senso de angústia entre os teólogos reformados — transmitido pelo compromisso irracional com o Monergismo — contra qualquer sinergia entre o divino e o humano, o espiritual e o material.

Objeções e Respostas

Objeção #1: Você representa Sproul equivocadamente visto que o ponto dele é meramente que a natureza divina não morreu (tornou-se inexistente) na cruz.

Resposta à Objeção #1: Na controvérsia que seguiu seu livro, Sproul poderia facilmente ter esclarecido as coisas dizendo, “O que eu realmente quis dizer foi que enquanto a Segunda Pessoa da Trindade morreu, Ela não deixou de existir.” Mas Sproul nunca disse isso. Por quê não? Porque ele parece realmente crer que certas coisas (p. ex., a morte) podem acontecer à humanidade de Cristo sem também acontecerem ao Logos, isto é, a Pessoa Divina (Deus) encarnada. Ademais, Sproul é dúbio sobre se “o Deus-homem” é o mesmo que o Logos. (Por exemplo, ele implicitamente nega que o Deus-homem e o Logos são um e o mesmo quando ele diz, “Alguns dizem, ‘foi a Segunda Pessoa da Trindade que morreu’. Isso seria uma mutação dentro do verdadeiro ser de Deus.”) Entretanto, conforme eu pontuei acima, se isso for verdade então Maria não foi realmente a portadora de Deus, mas apenas “portadora da natureza humana”, o que foi condenado como heresia. Ademais, Perry Robinson observou que isso também é Nestorianismo, visto que trata a natureza humana como um objeto distinto do Logos.

Mas vamos dar à Sproul o benefício da dúvida e assumir que por “morte” Sproul que realmente dizer cessação da existência. Se concedermos isso, então muitos outros novos problemas surgem, dos quais o pior é o fato de que o próprio Jesus demonstrou que a morte física não implica a cessação ou não-existência da pessoa que morreu. Ademais, se a palavra “morreu” na declaração de Sproul (Nós devemos sentir-nos horrorizados com a ideia de que Deus realmente morreu na cruz”) refere-se meramente à cessação de existência, então Sproul aplicou termos teológicos com significados incomuns e pessoais. Isso minaria sua reivindicação de trabalhar dentro da tradição e abraçar o Sola Scriptura ao invés do Solo Scriptura. (A diferença é esplanada aqui.)

Finalmente, se Sproul esta usando o termo ‘morte’ com um significado incomum, você ainda teria o problema que ele vai além disso para manter que foi a natureza humana de Cristo que sofreu na cruz. Novamente, a razão pela qual isso é problemático e que a natureza não pode salvar. Apenas pessoas podem fazer isso. A menos que uma pessoa divina tenha sofrido e sido sepultada, então ainda estamos mortos em nossos delitos. Considere: Foi uma Pessoa que nasceu de Maria, ou simplesmente uma natureza? Uma pessoa sofreu, ou uma natureza sofreu? Uma pessoa morreu, ou uma natureza humana morreu? Em cada caso, a última posição neca a união hipostática.

Objeção #2: Sproul está simplismente dizendo que a expiação “foi feita pela natureza humana de Cristo.” O que há de mal nisso?

Resposta à objeção #2: Se a expiação foi feita pela natureza humana de Cristo, então, ou a pessoa morreu na cruz ou a pessoa não morreu na cruz. Se a pessoa não morreu, mas meramente a natureza humana, então isso é Docetismo. Coforme Bryan Cross explicou,

“A natureza canina não morre quando um cão morre. A natureza suína não morre quando um suíno morre. A natureza equina não morre quando um cavalo morre. Ao invés disso, um cão morre, um suíno morre, ou um cavalo morre. Naturezas não são entidades concretas, mas somente abstrações; elas não vivem ou morrem. Elas pertencem aos serem que vivem ou morrem. Desta forma, se a reivindicação é que somente a natureza morreu, isso implica não somente que ninguém morreu, mas que nada morreu. E neste caso, nós temos Docetismo.”

Por outro lado, se uma pessoa morreu na cruz, então essa pessoa era (1) meramente humana, ou (2) divina e humana. A alternativa #1 implica que nós ainda estamos em nossos pecados; enquanto a #2 significa que a pessoa divina sofreu e morreu, o que Sproul nega explicitamente. Citando novamente Cross,

Ou uma mera pessoa humana morreu, ou uma pessoa divina morreu. Mas de qualquer forma uma pessoa morreu. Assim, se nos afirmamos que um organismo humano morreu, mas negamos que uma Pessoa divina morreu, nossa posição implica que uma possoa humana morreu. E isso é Nestorianismo. Desde que, por um concílio Ecumênico nós sabemos que não há duas pessoas; mas somente uma Pessoa divina, há somente uma resposta ortodoxa possível: uma pessoa divina morreu na cruz.

Em outro lugar Bryan Cross resumiu o dilema completo que Sproul criou para si mesmo:

Sproul está aqui corretamente preocupado em proteger a doutrina da imutabilidade da natureza divina. Mas ele pensa que, a fim de proteger essa doutrina, a Segunda Pessoa da Trindade não pode ter morrido na cruz. Isso implicaria ou (a) que nenhuma pessoa sofreu, morreu, e fez expiação por nossos pecados, mas somente alguma coisa impessoal e criada fez tudo isso por nós; ou (b) que uma pessoa não-divina sofreu, morreu, e fez expiação por nós. A última posição é uma forma da heresia do Nestorianismo, condenado no Terceiro Concílio Ecumênico em Éfeso em 431 d.C. A primeira posição anularia a eficácia da expiação por nossos pecados pela mesma razão que o sangue de bois e cabras não podem tirar pecados (Hb 10:4); o sacrifício de Cristo pelo qual Ele fez a satisfação pelos nossos pecados é de tão grande valor e mérito precisamente porque o cordeiro que foi morto por nossos pecados é Deus, não uma mera criatura.

Sproul adiciona que “foi o Deus-homem quem morreu”. Mas isso apenas cria o seguinte dilema. Ou o “Deus-homem” é a mesma pessoa que a Segunda Pessoa da Trindade, ou o “Deus-homem” não é a mesma pessoa que a “Segunda Pessoa da Trindade”. Se temos a primeira parte do dilema, então o “Deus-homem morreu e, então, a Segunda Pessoa da Trindade morreu, e Sproul está contradizendo o que ele disse no primeiro trecho do parágrafo. Mas se tomamos a segunda parte do dilema, então temos [tanto (a) ou (b)] ou (c) a Primeira ou a Terceira Pessoa da Trindade sofreu, morreu e fez expiação por nós. A consequência de ambas as partes do dilema são profundamente problemáticas, por razões óbvias.

Pelo Contrário, a Igreja Católica ensina que não foi a natureza que sofreu, morreu e fez expiação, mas a Segunda Pessoa da Trindade quem sofreu, morreu, e fez expiação por nós em Sua natureza humana. Nós dizemos no Credo Niceno:

O qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu,
E encarnou por obra do Espírito Santo, da Virgem Maria,
E foi feito homem.
Foi crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos,
Padeceu e foi sepultado.

A mesma Pessoa que “desceu do céu” e “e encarnou da Virgem Maria” é a mesma Pessoa que “foi crucificada sob o poder de Pôncio Pilatos” e “padeceu e foi sepultado”. Essa Pessoa é a asegunda Pessoa da Trindade, não uma natureza impessoal ou uma coisa criada. Quando dizemos que Cristo sofreu a morte, não estamos querendo dizer que havia uma mudança na natureza divina, mas que Ele suportou a separação de Sua alma do Seu corpo. O Canon 12 do Concílio de Éfeso (o qual condenou o Nestorianismo) diz: “Seu alguém não confessa que o Verbo de Deus sofreu em carne, e experimentou a morte na carne, e foi feito o primogênito dentre os mortos [Cl 1:18] segundo o qual, como Deus, Ele é ao mesmo tempo a vida e o doador da vida, seja anátema.

Assim, o que está por trás da razão para a reivindicação de Sproul de que a Segunda Pessoa da Trindade não morreu, e que uma mera natureza humana sofreu, morreu, e fez expiação por nós? Parece-me que negar que a Segunda Pessoa da Trindade padeceu e morreu por nós na cruz é o resultado de múltiplos fatores. Um fator, penso eu, é a negação protestante (o uma relutância geral em afirmar) que Maria é Theotokos (Mãe de Deus). Se ela deu à luz à apenas uma natureza humana, então somente uma natureza humana padeceu e morreu na cruz. Mas se ela deu à luz à Segunda Pessoa da Trindade, então a Segunda Pessoa da Trindade padeceu, morreu, e fez expiação por nós. Outro fator é a aderência Protestante ao Sola Scriptura, de acordo com o qual, concílios, incluindo o Concílio de Éfeso, não tem autoridade e são em última análise desnecessários: “Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela..” (Confissão de Fé de Westminster I.6) [Nota 1]

Por Robin Phillips


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Tradução: Samuel Coutinho
Fonte: http://orthodoxyandheterodoxy.org/2014/01/23/why-i-stopped-being-a-calvinist-part-5-a-deformed-christology/

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Notas do tradutor:

[1] Certamente os dois fatores apresentados por Cross são irrelevantes para a negação calvinista de que a segunda pessoa da trindade morreu na cruz. Protestantes em geral, dos quais a maioria não é calvinista, creem que a pessoa que morreu naquela cruz era realmente Deus ao mesmo tempo que relutam em concordar com a terminologia da igreja católica sobre Maria e que creem no Sola Scriptura.

[2] Assim como Robbin Philips, que abandonou o calvinismo e abraçou o catolicismo, já vi muitas histórias de reformados que nos últimos anos tomaram esse mesmo caminho. As críticas apresentadas nesta série de artigos são extremamente pertinentes, todavia, não creio que são motivos adequados para abandonar o protestantismo e migrar para o catolicismo, mas apenas para abandonar o TULIP.

 

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